segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Novos cultivares de guaranazeiro

Cultivares de guaranazeiro produzem sete vezes mais

Para contribuir com a cultura do guaranazeiro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lança quatro novas cultivares dessa planta nativa da Amazônia, utilizada em refrigerantes, produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos.

As novas cultivares de guaranazeiro são plantas melhoradas que têm como vantagens a alta produtividade e a resistência genética à antracnose, principal doença que afeta o cultivo de guaraná no Amazonas e que causa perdas totais da produção.

Por serem plantas resistentes à doença, dispensam o uso de fungicidas.
Por serem mais produtivas, o plantio dessas cultivares possibilita aumentar a produção sem aumentar a extensão das áreas de plantio.
Com isso também se evita o desmatamento de novas áreas.

Quando manejadas seguindo as recomendações do sistema de produção, elaborado pela Embrapa, essas novas cultivares de guaranazeiro chegam a produzir sete vezes mais que a média regional, que é de 200 gramas por planta, explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, André Atroch, que junto com o pesquisador Firmino Filho, coordenam o programa de melhoramento genético do guaranazeiro.

A Embrapa Amazônia Ocidental conduz o programa de melhoramento genético do guaranazeiro desde a década de 70, que tem como objetivo o desenvolvimento de cultivares que agregam alta produção e resistência estável às principais doenças que afetam os cultivos.


Como resultados dessas pesquisas foram desenvolvidas e lançadas para o sistema produtivo 12 cultivares nos últimos anos e agora mais quatro.
As novas cultivares se diferenciam por características agronômicas específicas em relação às anteriores. “A estratégia de lançar novas cultivares é uma forma de controlar a doença aumentando a diversidade genética dos plantios e com isso cria-se uma barreira genética às doenças”, explica o pesquisador André Atroch.

As cultivares receberam os nomes BRS Cereçaporanga, BRS Mundurucânia, BRS Luzéia e BRS Andirá, e produzem em média 1 quilo e meio de sementes secas por planta, enquanto a média regional é de 200 gramas por planta ao ano.

Embora o guaraná seja nativo da Amazônia, a produção do Amazonas , em torno de 206 kg/ha de semente seca, é considerada baixa em relação ao Estado da Bahia que tem uma produtividade de 408 kg/ha, e já se tornou o maior produtor brasileiro, segundo dados do IBGE (2011).

As doenças são as principais causas de baixa produtividade do guaranazeiro no Amazonas e a antracnose é a principal delas.

A produtividade obtida com as novas cultivares que serão lançadas pela Embrapa é superior a obtida tanto no estado do Bahia quanto no Amazonas.
No Amazonas os maiores produtores de guaraná tem sido os municípios de Maués, Presidente Figueiredo e Urucará.

As cultivares são avaliadas durante sete anos consecutivos em diferentes condições no Estado do Amazonas, levando em consideração a produção de sementes secas por planta, resistência à antracnose, hipertrofia da gema vegetativa e hipertrofia da gema floral, entre outros fatores.

Características das cultivares que estão sendo lançadas:
BRS Cereçaporanga - a principal característica desta cultivar é a produção de 1,30kg de semente seca por planta/ano, com produtividade de 520 kg/ha/ano podendo atingir 812kg/ha/ano .

BRS Mundurucânia - produz 1,40 kg de sementes secas por planta ao ano, garantindo uma produtividade de 560 kg/ha/ano de sementes secas , e pode atingir 875 kg/ha/ano.

BRS Luzéia - potencial produtivo de 1,60 kg de semente seca por planta, e obtenção de 640 kg/ha/ano, a 1.000 kg/ha/ano. Apresenta altos níveis de resistência estável à antracnose.

BRS Andirá - possui alta produção (1,40 kg de sementes, secas/planta/ano) representando uma produtividade de 560 kg/ha/ano de sementes secas, podendo atingir 875 kg/ha/ano . Apresenta resistência às principais doenças da cultura, e se destaca pelo teor de cafeína de 4,2%, considerado alto.

A BRS Luzéia e BRS Andirá foram classificadas com teor de cafeína alto e a BRS Cereçaporanga e BRS Mundurucânia com teor de cafeína médio. 

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