Pequenos produtores formam redes solidárias para atingir mercado global
Globo Rural
Durante o Salão Mundial do Comércio Justo e Solidário, que seguiu até esta sexta-feira (31/5), foi possível ver o que pode ocorrer quando produtores se reúnem e formam redes, nacionais e internacionais.
“No mundo inteiro, os pequenos produtores estão tentando apresentar à sociedade uma nova forma de desenvolvimento, ter uma nova economia, que valorize mais o ser humano e o meio ambiente. É uma forma de ter produtos mais justos com o planeta e com a população. Hoje, é mais fácil atuar em rede. A tecnologia consegue diminuir a distância e, com isso, é possível conversar e se organizar mais globalmente”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Solidário, Vinícius Assumpção.
Exemplos de casos bem-sucedidos não faltaram na feira, que reuniu 150 expositores de todas as regiões brasileiras e de diversos países. Entre os expositores, está um representante da Palestina, Shadi Mahmoud, que trouxe alguns dos poucos artigos possíveis de serem produzidos nos territórios ocupados: chás, óleo de oliva, temperos e tâmaras. Segundo ele, o maior problema no país é a falta de emprego. “Existe muito desemprego, que está crescendo por causa da ocupação israelense, que controla todos os aspectos da nossa vida. É muito difícil fazer negócios, pois não podemos importar ou exportar sem a permissão do governo de Israel. Muitos estão saindo das cidades e voltando a trabalhar na terra para sobreviver”, contou Shadi, que mora na cidade de Ramalá, na Cisjordânia.
Da América do Sul, o peruano Agapito Marcapiña veio representando a Associação dos Pequenos Produtores Artesanais e Ecológicos (Aptec), que reúne agricultores da região andina. “Produzimos grãos e frutas naturais dos Andes. Somos pequenos produtores, reunidos há sete anos. Eu era um pequeno agricultor e agora já tenho minha própria casa. Antes, trabalhávamos para os grandes exportadores e agora fazemos nossa própria exportação de forma organizada. Antes, não nos pagavam um preço justo e agora conseguimos por meio da união”, disse Agapito.
Cadeia produtiva
A gaúcha Luci Machado da Silva, artesã da Copearte, uma organização fundada em uma comunidade pobre na Vila Pinto, situada no bairro Bom Jesus, trouxe roupas, lençóis e artesanato fabricado pelas integrantes da cooperativa. “O que nós mais precisamos é aprender a fazer a colocação das peças no mercado. Atualmente, ganho R$ 200 por mês, que não é muito dinheiro, mas ajuda bastante a renda da família, que é cerca de R$ 1 mil”, disse Luci.
Da Favela da Maré, na zona norte do Rio, veio a cerâmica negra, peças de argila primitivas escurecidas com uma técnica especial. “Depois de cinco horas de queima, a gente adiciona pó de serragem, que abafa o fogo, e a fuligem entranha na peça, que está incandescente e dá essa cor negra”, explicou Glória da Conceição Barreto, uma das fundadoras da organização, ao lado de Maria Evangelista da Silva Pereira, também presente na feira. Juntas, elas conseguem produzir até 200 peças por mês, incluindo pequenas estatuetas estilizadas do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar.
O conceito de comércio justo e solidário prevê a formação de redes de pequenos produtores, que juntos conseguem colocar seus produtos em grandes mercados, explicou o guatemalteco Marvin Lopez Garcia, representante da Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comércio Justo (Clac): “Somos uma plataforma que representa 21 países, com 15 produtos alimentícios, no sistema de comércio justo. Temos que estar fortalecidos para atender aos requerimentos do mercado e desenvolver relações mais diretas com os exportadores. Só há futuro se os pequenos produtores trabalharem coletivamente e de forma mais organizada.”
Globo Rural
Durante o Salão Mundial do Comércio Justo e Solidário, que seguiu até esta sexta-feira (31/5), foi possível ver o que pode ocorrer quando produtores se reúnem e formam redes, nacionais e internacionais.
“No mundo inteiro, os pequenos produtores estão tentando apresentar à sociedade uma nova forma de desenvolvimento, ter uma nova economia, que valorize mais o ser humano e o meio ambiente. É uma forma de ter produtos mais justos com o planeta e com a população. Hoje, é mais fácil atuar em rede. A tecnologia consegue diminuir a distância e, com isso, é possível conversar e se organizar mais globalmente”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Solidário, Vinícius Assumpção.
Exemplos de casos bem-sucedidos não faltaram na feira, que reuniu 150 expositores de todas as regiões brasileiras e de diversos países. Entre os expositores, está um representante da Palestina, Shadi Mahmoud, que trouxe alguns dos poucos artigos possíveis de serem produzidos nos territórios ocupados: chás, óleo de oliva, temperos e tâmaras. Segundo ele, o maior problema no país é a falta de emprego. “Existe muito desemprego, que está crescendo por causa da ocupação israelense, que controla todos os aspectos da nossa vida. É muito difícil fazer negócios, pois não podemos importar ou exportar sem a permissão do governo de Israel. Muitos estão saindo das cidades e voltando a trabalhar na terra para sobreviver”, contou Shadi, que mora na cidade de Ramalá, na Cisjordânia.
Da América do Sul, o peruano Agapito Marcapiña veio representando a Associação dos Pequenos Produtores Artesanais e Ecológicos (Aptec), que reúne agricultores da região andina. “Produzimos grãos e frutas naturais dos Andes. Somos pequenos produtores, reunidos há sete anos. Eu era um pequeno agricultor e agora já tenho minha própria casa. Antes, trabalhávamos para os grandes exportadores e agora fazemos nossa própria exportação de forma organizada. Antes, não nos pagavam um preço justo e agora conseguimos por meio da união”, disse Agapito.
Cadeia produtiva
A gaúcha Luci Machado da Silva, artesã da Copearte, uma organização fundada em uma comunidade pobre na Vila Pinto, situada no bairro Bom Jesus, trouxe roupas, lençóis e artesanato fabricado pelas integrantes da cooperativa. “O que nós mais precisamos é aprender a fazer a colocação das peças no mercado. Atualmente, ganho R$ 200 por mês, que não é muito dinheiro, mas ajuda bastante a renda da família, que é cerca de R$ 1 mil”, disse Luci.
Da Favela da Maré, na zona norte do Rio, veio a cerâmica negra, peças de argila primitivas escurecidas com uma técnica especial. “Depois de cinco horas de queima, a gente adiciona pó de serragem, que abafa o fogo, e a fuligem entranha na peça, que está incandescente e dá essa cor negra”, explicou Glória da Conceição Barreto, uma das fundadoras da organização, ao lado de Maria Evangelista da Silva Pereira, também presente na feira. Juntas, elas conseguem produzir até 200 peças por mês, incluindo pequenas estatuetas estilizadas do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar.
O conceito de comércio justo e solidário prevê a formação de redes de pequenos produtores, que juntos conseguem colocar seus produtos em grandes mercados, explicou o guatemalteco Marvin Lopez Garcia, representante da Coordenadora Latino-americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comércio Justo (Clac): “Somos uma plataforma que representa 21 países, com 15 produtos alimentícios, no sistema de comércio justo. Temos que estar fortalecidos para atender aos requerimentos do mercado e desenvolver relações mais diretas com os exportadores. Só há futuro se os pequenos produtores trabalharem coletivamente e de forma mais organizada.”
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