José Aníbal (*)
Na noite de segunda-feira, a polícia expulsou um grupo de 20 estudantes que acampavam no gramado do Congresso Nacional. Alunos da universidade Gama Filho, fechada pelo MEC, eles queriam ser recebidos pela presidente Dilma Rousseff e discutir uma saída para a crise da instituição. Ao invés disso, spray de pimenta e detenção.
Enquanto os estudantes da Gama Filho eram levados para a delegacia, os jornais noticiavam que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tinha sido escolhido como novo titular da Casa Civil. Mercadante assumiu o MEC há menos de dois anos reivindicando “prioridade absoluta” para Educação. Pediu, quase emocionado, um “pacto nacional”.
No site do MEC é possível encontrar a íntegra do seu discurso de posse, em 24 janeiro de 2012. Em 37 páginas, Mercadante diz que “a educação precisa se transformar numa espécie de saudável obsessão nacional”. Usou e abusou das palavras “prioridade” e “estratégico”. Falou de uma profunda identidade como educador.
“A minha gestão à frente deste Ministério não será um trampolim para projetos pessoais ou partidários. Será, sim, uma alavanca suprapartidária para a melhoria da educação brasileira”. Se ele deixar mesmo o Ministério da Educação, em troca de mais espaço político, seu discurso terá sido uma aula magna de demagogia.
É difícil acreditar que alguém possa, em bom juízo, abrir mão do desafio e do privilégio de comandar o Ministério da Educação, principalmente num país jovem e vibrante como o Brasil. Mais: é surpreendente que um homem público possa barganhar a histórica e generosa oportunidade de conduzir essa transformação.
O novo ministro da Educação que vier depois de Mercadante será o terceiro desde 2012. Nada mais distante da ideia de “prioridade absoluta”. A boa notícia aqui é que o próximo ministro pode ser alguém que, ao menos, queira estar ali.
PS: já era dia quando os meninos da Gama Filho foram soltos.
(*) É economista, deputado federal licenciado (PSDB-SP) e ex-presidente do PSDB.
Na noite de segunda-feira, a polícia expulsou um grupo de 20 estudantes que acampavam no gramado do Congresso Nacional. Alunos da universidade Gama Filho, fechada pelo MEC, eles queriam ser recebidos pela presidente Dilma Rousseff e discutir uma saída para a crise da instituição. Ao invés disso, spray de pimenta e detenção.
Enquanto os estudantes da Gama Filho eram levados para a delegacia, os jornais noticiavam que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tinha sido escolhido como novo titular da Casa Civil. Mercadante assumiu o MEC há menos de dois anos reivindicando “prioridade absoluta” para Educação. Pediu, quase emocionado, um “pacto nacional”.
No site do MEC é possível encontrar a íntegra do seu discurso de posse, em 24 janeiro de 2012. Em 37 páginas, Mercadante diz que “a educação precisa se transformar numa espécie de saudável obsessão nacional”. Usou e abusou das palavras “prioridade” e “estratégico”. Falou de uma profunda identidade como educador.
“A minha gestão à frente deste Ministério não será um trampolim para projetos pessoais ou partidários. Será, sim, uma alavanca suprapartidária para a melhoria da educação brasileira”. Se ele deixar mesmo o Ministério da Educação, em troca de mais espaço político, seu discurso terá sido uma aula magna de demagogia.
É difícil acreditar que alguém possa, em bom juízo, abrir mão do desafio e do privilégio de comandar o Ministério da Educação, principalmente num país jovem e vibrante como o Brasil. Mais: é surpreendente que um homem público possa barganhar a histórica e generosa oportunidade de conduzir essa transformação.
O novo ministro da Educação que vier depois de Mercadante será o terceiro desde 2012. Nada mais distante da ideia de “prioridade absoluta”. A boa notícia aqui é que o próximo ministro pode ser alguém que, ao menos, queira estar ali.
PS: já era dia quando os meninos da Gama Filho foram soltos.
(*) É economista, deputado federal licenciado (PSDB-SP) e ex-presidente do PSDB.
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