Virou caso de polícia. Ministério Público tem provas que a Portuguesa sabia que Héverton não poderia jogar. Há a certeza que alguém no Canindé o liberou para receber dinheiro. Mas mesmo assim, o MP exigirá na Justiça Comum o clube na Série A…
Cosme Rímoli (*)
Virou caso de polícia.
Com todas as letras o Ministério Público de São Paulo garante.
Alguém da direção da Portuguesa sabia que Héverton estava suspenso.
Não poderia nem ter sido relacionado para a partida contra o Grêmio.
Foi e entrou em campo por 14 minutos.
O promotor Roberto Senise investiga o caso.
Principalmente o período entre 6 e 10 de dezembro de 2013.
E já tem uma certeza.
Um e-mail chegou escritório do ex-presidente Manuel da Lupa.
Detalhando a punição.
Ou seja, ele ou quem lia seus e-mails sabia.
Assim como outras pessoas.
Até porque o MP apurou.
O e-mail foi repassado para o departamento jurídico do clube.
Héverton precisava ficar de fora da partida contra o Grêmio.
Tinha mais um jogo de suspensão a cumprir.
Sua presença poderia provocar o rebaixamento da Portuguesa.
E salvar outro clube de tradição.
Foi o que aconteceu.
Graças ao 'erro' da Portuguesa, o STJD confirmou o Fluminense na A.
O promotor também tem outra certeza.
A que o advogado Osvaldo Sestário falou a verdade.
Que realmente telefonou para a Portuguesa.
E informou sobre a impossibilidade de Héverton atuar.
Sestário é claro: garante saber muito bem com quem falou.
"Foi com o ex-vice jurídico Valdir Rocha."
O Ministério Público investiga Valdir e Manuel da Lupa.
E outras pessoas da antiga diretoria.
Roberto Senise quer os seus sigilos bancários quebrados.
Assim como os telefônicos.
A desconfiança é que alguém levou vantagem econômica com a escalação.
Ou seja: ganhou dinheiro para rebaixar juridicamente a Portuguesa.
Os ex-dirigentes do clube estão incomunicáveis.
Não atendem seus celulares.
Não falam com outros membros de diretoria do clube.
O presidente Ilídio Lico também se cala.
Não se pronuncia mesmo com o promotor espalhando suas acusações.
A Portuguesa passou de vítima para suspeita.
Se ficar provado, será um escândalo.
Com até a possibilidade de punições além das esportivas.
Talvez até prisão.
A acusação é gravíssima.
O promotor Roberto Senise é conhecido por sua conduta firme no MP.
Não iria se expor.
Tanto que garante ter provas do que diz.
A revolta já chega aos conselheiros e torcedores da Portuguesa.
Eles querem logo a definição do promotor.
Que ele identifique a pessoa ou as pessoas que ganharam esse dinheiro ilícito.
E de quem.
A vergonhosa situação não isenta a briga na área esportiva.
Para o Ministério Paulista, a Portuguesa deve continuar na Série A.
A análise é a de sempre.
O STJD e o Pleno do STJD desrespeitaram o Estatuto do Torcedor.
A sentença da suspensão de Heverton foi publicada depois do jogo contra o Grêmio.
Ou seja, ele estaria livre para atuar.
Apesar da escalação que tudo indica ser criminosa.
O Ministério Público paulista avisa que não aceitaria o clube na Segunda Divisão.
Os dirigentes ao menos já divulgaram publicamente.
Não cederam o que muitos no Canindé chamaram de 'suborno' da CBF.
A entidade oferecia R$ 4 milhões ao endividado clube.
Anteciparia dinheiro por participação em competições.
Desde que os dirigentes se comprometesse em disputar a Série B.
E não brigar em nenhuma instância pela Primeira Divisão.
A direção de Ilídio Lico não aceitou a proposta indecente.
Mas também não está fazendo nada para não ser rebaixada.
Absolutamente nada.
Nem cogita sequer ir para a Tribunal Arbitral do Esporte na Suíça.
Quanto mais entrar na Justiça Comum.
Não é segredo para ninguém que o clube tem R$ 120 milhões em dívidas.
E que para Ilídio Lico seria melhor disputar a Série B.
Muito mais barata.
A liminar que vigora na Justiça Comum foi conseguida por Daniel Neves.
Professor de Direito, advogado e torcedor da Portuguesa.
Ela foi acatada pelo juiz Marcello do Amaral Perino.
Já vigora há duas semanas.
A sentença foi embasada no Estatuto do Torcedor.
O escritório de Carlos Miguel Aidar foi contratado pela CBF.
Para cassar as liminares favoráveis à Portuguesa e ao Flamengo.
Ele teve sucesso na obtida por Luiz Paulo Pieruccetti Marques.
Advogado e sócio do clube carioca ele havia conseguido na mesma 42ª Vara.
Mas apesar de tentar, está muito mais difícil cassar a de Daniel Neves.
Para complicar, ontem em São José do Rio Preto nova liminar.
O torcedor Cristiano Abdanur São Bento foi rápido.
E entrou com uma ação pedindo a anulação dos julgamentos do STJD.
Baseado também no Estatuto do Torcedor.
O juiz Cristiano de Castro Jarreta Coelho acatou seu pedido.
O escritório de Aidar terá de trabalhar para cassar também essa liminar.
O movimento "Vamos à Luta", formado por torcedores da Portuguesa promete agir.
E espalhar ações até o dia 20 de fevereiro.
A intenção é inviabilizar à CBF o Brasileiro de 2014 sem a Portuguesa.
Essa é a data limite imposta pelo Estatuto do Torcedor.
Tabela, regulamento e clubes envolvidos precisam ser divulgados.
Se não for, não há Brasileiro.
A cúpula da Globo acompanha tudo com muita apreensão.
O torneio já foi vendido aos seus patrocinadores.
E pressiona a CBF.
Mas Marin foi desmoralizado com a proposta indecente à Portuguesa.
Para complicar ainda mais, o MP promete entrar na Justiça Comum.
Em fevereiro, o que será terrível à CBF.
O promotor quer obrigar que a o clube paulista fique na Série A.
Ao mesmo tempo continuará sua investigação.
Deseja punir a pessoa ou as pessoas que sabiam.
E que teriam ganho dinheiro para liberar Héverton para o jogo.
A atual diretoria da Portuguesa promete também uma investigação interna.
Se descobrir que houve mesmo dolo, jura que agirá.
Divulgará o nome dos envolvidos.
E os expulsará do clube.
A situação é apenas mais uma.
É muita sujeira neste país.
A menos de cinco meses da Copa do Mundo.
A credibilidade do futebol brasileiro desaba.
Vexame atrás de vexame...
(*) Jornalista esportivo u que atuou por 22 anos no Jornal da Tarde
Cosme Rímoli (*)
Virou caso de polícia.
Com todas as letras o Ministério Público de São Paulo garante.
Alguém da direção da Portuguesa sabia que Héverton estava suspenso.
Não poderia nem ter sido relacionado para a partida contra o Grêmio.
Foi e entrou em campo por 14 minutos.
O promotor Roberto Senise investiga o caso.
Principalmente o período entre 6 e 10 de dezembro de 2013.
E já tem uma certeza.
Um e-mail chegou escritório do ex-presidente Manuel da Lupa.
Detalhando a punição.
Ou seja, ele ou quem lia seus e-mails sabia.
Assim como outras pessoas.
Até porque o MP apurou.
O e-mail foi repassado para o departamento jurídico do clube.
Héverton precisava ficar de fora da partida contra o Grêmio.
Tinha mais um jogo de suspensão a cumprir.
Sua presença poderia provocar o rebaixamento da Portuguesa.
E salvar outro clube de tradição.
Foi o que aconteceu.
Graças ao 'erro' da Portuguesa, o STJD confirmou o Fluminense na A.
O promotor também tem outra certeza.
A que o advogado Osvaldo Sestário falou a verdade.
Que realmente telefonou para a Portuguesa.
E informou sobre a impossibilidade de Héverton atuar.
Sestário é claro: garante saber muito bem com quem falou.
"Foi com o ex-vice jurídico Valdir Rocha."
O Ministério Público investiga Valdir e Manuel da Lupa.
E outras pessoas da antiga diretoria.
Roberto Senise quer os seus sigilos bancários quebrados.
Assim como os telefônicos.
A desconfiança é que alguém levou vantagem econômica com a escalação.
Ou seja: ganhou dinheiro para rebaixar juridicamente a Portuguesa.
Os ex-dirigentes do clube estão incomunicáveis.
Não atendem seus celulares.
Não falam com outros membros de diretoria do clube.
O presidente Ilídio Lico também se cala.
Não se pronuncia mesmo com o promotor espalhando suas acusações.
A Portuguesa passou de vítima para suspeita.
Se ficar provado, será um escândalo.
Com até a possibilidade de punições além das esportivas.
Talvez até prisão.
A acusação é gravíssima.
O promotor Roberto Senise é conhecido por sua conduta firme no MP.
Não iria se expor.
Tanto que garante ter provas do que diz.
A revolta já chega aos conselheiros e torcedores da Portuguesa.
Eles querem logo a definição do promotor.
Que ele identifique a pessoa ou as pessoas que ganharam esse dinheiro ilícito.
E de quem.
A vergonhosa situação não isenta a briga na área esportiva.
Para o Ministério Paulista, a Portuguesa deve continuar na Série A.
A análise é a de sempre.
O STJD e o Pleno do STJD desrespeitaram o Estatuto do Torcedor.
A sentença da suspensão de Heverton foi publicada depois do jogo contra o Grêmio.
Ou seja, ele estaria livre para atuar.
Apesar da escalação que tudo indica ser criminosa.
O Ministério Público paulista avisa que não aceitaria o clube na Segunda Divisão.
Os dirigentes ao menos já divulgaram publicamente.
Não cederam o que muitos no Canindé chamaram de 'suborno' da CBF.
A entidade oferecia R$ 4 milhões ao endividado clube.
Anteciparia dinheiro por participação em competições.
Desde que os dirigentes se comprometesse em disputar a Série B.
E não brigar em nenhuma instância pela Primeira Divisão.
A direção de Ilídio Lico não aceitou a proposta indecente.
Mas também não está fazendo nada para não ser rebaixada.
Absolutamente nada.
Nem cogita sequer ir para a Tribunal Arbitral do Esporte na Suíça.
Quanto mais entrar na Justiça Comum.
Não é segredo para ninguém que o clube tem R$ 120 milhões em dívidas.
E que para Ilídio Lico seria melhor disputar a Série B.
Muito mais barata.
A liminar que vigora na Justiça Comum foi conseguida por Daniel Neves.
Professor de Direito, advogado e torcedor da Portuguesa.
Ela foi acatada pelo juiz Marcello do Amaral Perino.
Já vigora há duas semanas.
A sentença foi embasada no Estatuto do Torcedor.
O escritório de Carlos Miguel Aidar foi contratado pela CBF.
Para cassar as liminares favoráveis à Portuguesa e ao Flamengo.
Ele teve sucesso na obtida por Luiz Paulo Pieruccetti Marques.
Advogado e sócio do clube carioca ele havia conseguido na mesma 42ª Vara.
Mas apesar de tentar, está muito mais difícil cassar a de Daniel Neves.
Para complicar, ontem em São José do Rio Preto nova liminar.
O torcedor Cristiano Abdanur São Bento foi rápido.
E entrou com uma ação pedindo a anulação dos julgamentos do STJD.
Baseado também no Estatuto do Torcedor.
O juiz Cristiano de Castro Jarreta Coelho acatou seu pedido.
O escritório de Aidar terá de trabalhar para cassar também essa liminar.
O movimento "Vamos à Luta", formado por torcedores da Portuguesa promete agir.
E espalhar ações até o dia 20 de fevereiro.
A intenção é inviabilizar à CBF o Brasileiro de 2014 sem a Portuguesa.
Essa é a data limite imposta pelo Estatuto do Torcedor.
Tabela, regulamento e clubes envolvidos precisam ser divulgados.
Se não for, não há Brasileiro.
A cúpula da Globo acompanha tudo com muita apreensão.
O torneio já foi vendido aos seus patrocinadores.
E pressiona a CBF.
Mas Marin foi desmoralizado com a proposta indecente à Portuguesa.
Para complicar ainda mais, o MP promete entrar na Justiça Comum.
Em fevereiro, o que será terrível à CBF.
O promotor quer obrigar que a o clube paulista fique na Série A.
Ao mesmo tempo continuará sua investigação.
Deseja punir a pessoa ou as pessoas que sabiam.
E que teriam ganho dinheiro para liberar Héverton para o jogo.
A atual diretoria da Portuguesa promete também uma investigação interna.
Se descobrir que houve mesmo dolo, jura que agirá.
Divulgará o nome dos envolvidos.
E os expulsará do clube.
A situação é apenas mais uma.
É muita sujeira neste país.
A menos de cinco meses da Copa do Mundo.
A credibilidade do futebol brasileiro desaba.
Vexame atrás de vexame...
(*) Jornalista esportivo u que atuou por 22 anos no Jornal da Tarde
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