Estadão
O empresário Rolando Vanucci se prepara para a expansão de um negócio que até dezembro passado não era exatamente legalizado. Dono de uma van que serve massas há seis anos em uma avenida do bairro de Perdizes, o proprietário do Rolando Massinhas vai colocar para circular outros dois veículos até o final de fevereiro, o Rolando Doguinho e o Rolando Churros.
Isso será possível porque a cidade de São Paulo aprovou a lei que libera a venda de comida nas ruas. Até então, apenas a comercialização de cachorro-quente era permitida. “Quando o (vereador) Andréa Matarazzo foi defender o projeto, ele disse que o carrinho do Rolando seria a referência para as normas de higiene e condicionamento”, conta orgulhoso o empresário.
A aprovação da lei ganhou o apoio de empreendedores e chefs conhecidos, como Jorge Gonzalez (ex-D.O.M.) e de casas tradicionais como o La Casserole. Eles querem importar dos Estados Unidos a febre dos food trucks, negócio que explodiu depois da crise de 2008 e que este ano deve faturar cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo a Associação Americana de Restaurantes. Hoje, eles são símbolo de criatividade culinária e são temas, inclusive, de programas de televisão.
“Até alguns anos atrás você só via aqueles carrinhos de batata frita, de hambúrguer, o famoso junk food americano”, conta o gaúcho Adriano Redante, que há um ano comanda o Brazilian BQ, uma van que serve churrasco brasileiro na Filadélfia. O churrasco de Adriano faz sucesso e ele inclusive já foi filmado pela equipe do Eat Street, programa que é exibido aqui no País pelo canal Fox Life. No Brasil, um dos primeiros que trouxeram a novidade foi Alan Liao, de 26 anos.
Ele passou dois anos trabalhando como DJ em Nova Iorque e retornou ao Brasil em 2012. “Eu era um cliente assíduo. Tinha todo tipo de comida e era frequentado tanto por jovens saindo da balada quanto por trabalhadores sem tempo para almoçar durante o dia”, conta. “Quando voltei, além da falta que me fazia, percebi que podia ser tendência.”
Alan investiu R$ 300 mil para adaptar o que se tornou a Navan, que serve temaki sob rodas. Hoje o empresário administra a van, que passa a temporada de férias na Riviera de San Lourenço, e dois quiosques no litoral paulista. Segundo ele, apenas o veículo registra faturamento mensal de R$ 80 mil, chegando a R$ 100 mil nos meses de muito calor.
Oportunidades.
Mas a ‘alta gastronomia’ não deve ser o único apelo dos food trucks no País.
Dono da franquia de doces Docella, Gustavo Ely Chehara iniciou, no fim do ano passado, uma nova franquia voltada para a venda de salgados em vans.
“Percebemos que o principal problema para as novas lojas da Docella eram os alugueis, cada vez mais caros. Decidi investir nas vans porque, sem o aluguel, a lucratividade do negócio sobe de 60 a 70%”, conta Gustavo.
Há três meses no mercado, a Salgado Mania já tem seis unidades, duas delas franqueadas. Um total de 180 pessoas já demonstrou interesse no negócio. Gustavo oferece três modalidades de franquia: o quiosque de shopping, o contêiner – espécie de trailer colocado e retirado das ruas por um caminhão – e o food truck propriamente dito.
Chances.
O burburinho com o projeto de lei já fez alguns empreendedores se adiantarem.
A FAG Brasil, adaptadoras de veículos da empresária Gislene Viana, dobrou o número de funcionários desde a metade de 2013 para atender a essa nova demanda.
“Hoje tenho 40 orçamentos parados, e aumentamos nosso prazo de entrega”, conta Gisele.
“Acredito que deve haver um grande crescimento nesse segmento porque o investimento é pouco se comparamos com um restaurante ou uma franquia mais tradicional”, afirma o consultor Adri Vincente Júnior, da Food Service Company. Adri calcula que o investimento inicial seja de no mínimo R$ 150 mil, e o retorno venha em pelo menos dois anos.
“A gastronomia diferenciada não é o prato estranho, pode ser aquela receita de sanduíche de pernil da avó”, afirma o especialista no segmento.
Fique atento
Regulamentação
Embora aprovada, a lei precisa ser regulamentada.
Questões importantes, como quais comidas serão permitidas, regras de higiene e condicionamento, ainda serão definidas. A Prefeitura também precisa estabelecer os locais onde as vans poderão estacionar na cidade.
Preparo
Muitos carros precisam preparar parte de seu cardápio antes de começar a servir. A Prefeitura também precisa dizer onde isso poderá ser feito.
Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades oferecem uma cozinha comunitária.
Jornada
Cuidar de um carro de comida é trabalhoso. As jornadas são longas, de até 14 horas, e muita gente desiste. “Dei um curso de 30 dias com nove pessoas.
No final sobraram três”, afirma Rolando Vanucci, do Rolando Massinha.
O empresário Rolando Vanucci se prepara para a expansão de um negócio que até dezembro passado não era exatamente legalizado. Dono de uma van que serve massas há seis anos em uma avenida do bairro de Perdizes, o proprietário do Rolando Massinhas vai colocar para circular outros dois veículos até o final de fevereiro, o Rolando Doguinho e o Rolando Churros.
Isso será possível porque a cidade de São Paulo aprovou a lei que libera a venda de comida nas ruas. Até então, apenas a comercialização de cachorro-quente era permitida. “Quando o (vereador) Andréa Matarazzo foi defender o projeto, ele disse que o carrinho do Rolando seria a referência para as normas de higiene e condicionamento”, conta orgulhoso o empresário.
A aprovação da lei ganhou o apoio de empreendedores e chefs conhecidos, como Jorge Gonzalez (ex-D.O.M.) e de casas tradicionais como o La Casserole. Eles querem importar dos Estados Unidos a febre dos food trucks, negócio que explodiu depois da crise de 2008 e que este ano deve faturar cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo a Associação Americana de Restaurantes. Hoje, eles são símbolo de criatividade culinária e são temas, inclusive, de programas de televisão.
“Até alguns anos atrás você só via aqueles carrinhos de batata frita, de hambúrguer, o famoso junk food americano”, conta o gaúcho Adriano Redante, que há um ano comanda o Brazilian BQ, uma van que serve churrasco brasileiro na Filadélfia. O churrasco de Adriano faz sucesso e ele inclusive já foi filmado pela equipe do Eat Street, programa que é exibido aqui no País pelo canal Fox Life. No Brasil, um dos primeiros que trouxeram a novidade foi Alan Liao, de 26 anos.
Ele passou dois anos trabalhando como DJ em Nova Iorque e retornou ao Brasil em 2012. “Eu era um cliente assíduo. Tinha todo tipo de comida e era frequentado tanto por jovens saindo da balada quanto por trabalhadores sem tempo para almoçar durante o dia”, conta. “Quando voltei, além da falta que me fazia, percebi que podia ser tendência.”
Alan investiu R$ 300 mil para adaptar o que se tornou a Navan, que serve temaki sob rodas. Hoje o empresário administra a van, que passa a temporada de férias na Riviera de San Lourenço, e dois quiosques no litoral paulista. Segundo ele, apenas o veículo registra faturamento mensal de R$ 80 mil, chegando a R$ 100 mil nos meses de muito calor.
Oportunidades.
Mas a ‘alta gastronomia’ não deve ser o único apelo dos food trucks no País.
Dono da franquia de doces Docella, Gustavo Ely Chehara iniciou, no fim do ano passado, uma nova franquia voltada para a venda de salgados em vans.
“Percebemos que o principal problema para as novas lojas da Docella eram os alugueis, cada vez mais caros. Decidi investir nas vans porque, sem o aluguel, a lucratividade do negócio sobe de 60 a 70%”, conta Gustavo.
Há três meses no mercado, a Salgado Mania já tem seis unidades, duas delas franqueadas. Um total de 180 pessoas já demonstrou interesse no negócio. Gustavo oferece três modalidades de franquia: o quiosque de shopping, o contêiner – espécie de trailer colocado e retirado das ruas por um caminhão – e o food truck propriamente dito.
Chances.
O burburinho com o projeto de lei já fez alguns empreendedores se adiantarem.
A FAG Brasil, adaptadoras de veículos da empresária Gislene Viana, dobrou o número de funcionários desde a metade de 2013 para atender a essa nova demanda.
“Hoje tenho 40 orçamentos parados, e aumentamos nosso prazo de entrega”, conta Gisele.
“Acredito que deve haver um grande crescimento nesse segmento porque o investimento é pouco se comparamos com um restaurante ou uma franquia mais tradicional”, afirma o consultor Adri Vincente Júnior, da Food Service Company. Adri calcula que o investimento inicial seja de no mínimo R$ 150 mil, e o retorno venha em pelo menos dois anos.
“A gastronomia diferenciada não é o prato estranho, pode ser aquela receita de sanduíche de pernil da avó”, afirma o especialista no segmento.
Fique atento
Regulamentação
Embora aprovada, a lei precisa ser regulamentada.
Questões importantes, como quais comidas serão permitidas, regras de higiene e condicionamento, ainda serão definidas. A Prefeitura também precisa estabelecer os locais onde as vans poderão estacionar na cidade.
Preparo
Muitos carros precisam preparar parte de seu cardápio antes de começar a servir. A Prefeitura também precisa dizer onde isso poderá ser feito.
Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas cidades oferecem uma cozinha comunitária.
Jornada
Cuidar de um carro de comida é trabalhoso. As jornadas são longas, de até 14 horas, e muita gente desiste. “Dei um curso de 30 dias com nove pessoas.
No final sobraram três”, afirma Rolando Vanucci, do Rolando Massinha.
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