sábado, 10 de março de 2012

Quebrada, é?

Reginaldo Leme (*) para o Estado de S.Paulo

O nome pomposo de Williams Grand Prix Holdings PLC, para quem acompanha a Fórmula-1, é simplesmente a equipe fundada por Frank Williams no começo dos anos 70, que se tornou uma das grandes da história, conquistou nove títulos mundiais de construtores, 113 vitórias e 126 pole positions. São números que deixam saudades no torcedor porque, desde a metade dos anos 2000, a equipe entrou numa decadência vertiginosa até que no ano passado, juntamente com o pior resultado de sua história, não deu mais para esconder as dificuldades financeiras que a levaram ao fundo do poço - 9.º lugar entre as 12 equipes do campeonato, com apenas 5 pontos marcados no ano, e à frente apenas das três novatas criadas em 2010.

Nos bastidores da F-1 a Williams passou a ser uma equipe "quebrada" como tantas outras que fecharam suas portas. Só que a história é bem diferente. Como empresa, ela continua muito forte e isso pode ser comprovado no balanço financeiro que ela é obrigada a publicar por ter capital aberto na Bolsa de Frankfurt. Os números são até surpreendentes. A Holding, que abrange também a Williams Advanced Engineering, Williams Technology Centre Qatar e a Williams Hybrid Power, que desenvolve junto com a Jaguar um modelo de carro híbrido, teve um aumento de patrimônio de 90,8 milhões para 102,3 milhões de libras (R$ 287 milhões), sendo 29,2 milhões (R$ 82 milhões) em conta.

Tudo isso, como explica na interpretação do balanço o atual presidente do grupo, Adam Parr, dá estabilidade à própria equipe de Fórmula 1, embora ela dependa dos patrocínios da PDVSA, empresa petrolífera venezuelana que apoia o piloto Pastor Maldonado, além de Gillette, Santander e OGX, que apoiam o brasileiro Bruno Senna. Agora é esperar que a nova parceria com a Renault traga melhores resultados no Mundial que está para começar. O último título da Williams foi conquistado, também com motores Renault, em 1997, e de lá para cá ela nunca mais esteve na briga pelo campeonato, e o pior veio de 2005 em diante, quando praticamente só caiu: de 5.º lugar para 8.º em 2006, 4.º em 2007, 8.º em 2008, 7.º em 2009, 6.º em 2010 e 9.º em 2011.

De volta ao motor Renault, o novo carro, FW 34, foi o que mais andou na pré-temporada, somando 5.333,96 quilômetros em 12 dias de testes. E Bruno Senna mostrou-se mais veloz do que o companheiro Maldonado, que já está na equipe desde o ano passado. Bruno terminou a última série de testes em Barcelona com o 6.º tempo na soma total, 2/10 atrás do melhor tempo de toda a pré, estabelecido por Kimi Raikkonen (Lotus-Renault).

GP2 e World Series. Como penúltimo degrau da carreira de um piloto, tanto a GP2 quanto a World Series estão cada vez mais próximas da F-1. A World Series traz como grande novidade a asa móvel. Na GP2, a Pirelli terá à disposição dos pilotos dois tipos de pneus que também trazem a identificação das cores como na F-1. A World Series faz a sua pré-temporada na semana que vem, mas a GP2 já terminou a sua, e é possível fazer uma comparação dos tempos em relação aos carros de F-1. Em Jerez e Barcelona, a GP2 foi cerca de 8% mais lenta.

(*) Jornalista esportivo . É o mais experiente  jornalista de automobilismo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário