Folha de São Paulo
A cúpula da Fifa se irritou com o fato de não ter sido liberada a venda de álcool na Lei Geral da Copa de 2014. Mas não deve ter dificuldade para impor a comercialização de bebidas aos Estados.
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O contrato entre as cidades-sedes do Mundial e a entidade (chamado de "Host Agreement") impõe a facilitação de todas as necessidades dos parceiros da Fifa, segundo apurou a Folha de São Paulo.
Há a possibilidade de a entidade barganhar com os Estados. Além da possibilidade de lobby até do COL (Comitê Organizador Local).
O fato não impediu o vice-presidente da Fifa, Julio Grondona, de reclamar da aprovação da lei no Congresso sem que fossem aprovadas todas as garantias assinadas pelo governo brasileiro.
"Foi o Brasil que pediu a Copa. [Os parlamentares] não sabem o que têm na mão?", questionou o argentino. "Querem que tire a Copa?", perguntou, neste caso, em tom de brincadeira. Novo representante do país no Comitê-Executivo da Fifa, Marco Polo Del Nero também reclamou. "Podiam ter resolvido logo. É mais um problema."
Outros cartolas do comitê, que não quiseram se identificar, também não gostaram do formato aprovado da lei.
Alegaram que os Estados poderão barganhar com a Fifa. Mas reconheceram que a entidade também poderá barganhar com eles.
Nesta negociação, a Fifa tem um enorme trunfo. O compromisso assinado por cada cidade para ser sede.
Dois dos representantes de cidades confirmaram que há cláusulas que garantem que eles têm de respeitar os direitos dos parceiros da Fifa.
Não há menção específica a bebidas alcoólicas. Mas os próprios dirigentes das cidades entendem que seu compromisso inclui atender a Budweiser, patrocinadora da Fifa que quer vender cerveja nos estádios do Mundial.
Não serão muitos os Estados em que terá de haver negociação, pois nem todos têm leis específicas que proíbem a venda de bebidas alcoólicas em arenas de futebol.
Pernambuco, por exemplo, onde existe um veto ao álcool, está em posição de fragilidade com a Fifa com sua provável exclusão da Copa das Confederações-13.
O presidente do COL (Comitê Organizador Local) da Copa, José Maria Marin, vai visitar o governador do Estado, Eduardo Campos. O cartola não abordará a questão da venda de bebidas.
"Seria uma interferência, mas, se ele tocar no assunto, vou ver o que é possível fazer", contou o dirigente.
O fim da zona de exclusão e os ingressos para deficientes não foram comentados. Mas, oficialmente, a entidade que comanda o futebol internacional se disse "satisfeita" com aprovação da lei.
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