Edmundo trocou dívida por festa de despedida do Vasco. Romário não aceita sequer pensar na mesma solução. Nem se fosse contra o Barcelona de Messi. Quer seus R$ 50 milhões…
Cosme Rímoli (*)
Embora tenha um caso de amor com o Palmeiras...
A relação de Edmundo com o Vasco é umbilical.
Ele realmente é apaixonado pelo clube carioca.
E sonhava com sua despedida.
A última vez que entraria em campo com a camisa cruzmaltina.
E em São Januário.
Aos 40 anos ele está amadurecido.
Muito mais emotivo.
E milionário.
Apesar das inúmeras confusões na carreira, ele foi pragmático.
Investiu bem o que ganhou.
"Ele tem duas fazendas gigantescas em Minas.
Nunca foi bobo", ironiza Milton Neves.
Além das fazendas, o agora comentarista tem vários imóveis.
Tem o suficiente para levar uma vida sossegada.
O Vasco lhe devia R$ 1,8 milhão.
Dívida admitida pelo clube.
Graças a um acordo, parcelas de R$ 125 mil deveriam ser pagas ao ex-jogador.
Até que começaram a atrasar.
Muito se comentou que ele poderia até procurar a Justiça para resolver a questão.
Edmundo estava muito magoado com Roberto Dinamite.
Foi dispensado sem a menor consideração pelo clube.
E considerado um dos maiores culpados pelo rebaixamento para a Série B em 2008.
Os dois ficaram sem se falar.
Até que amigos o reaproximaram no ano passado.
E Edmundo ouviu de Roberto Dinamite a possibilidade de uma despedida.
Ele ficaria com o dinheiro arrecadado e a dívida com o Vasco seria perdoada.
Como o ex-atacante sabe que o Vasco tem dívidas de mais de R$ 300 milhões, aceitou.
Só pediu que o adversário fosse o Barcelona de Guayaquil.
Foi um trauma por não ter jogado a final da Libertadores que o Vasco ganhou.
Em 1998, ele foi vendido para a Fiorentina.
Tudo acertado e grande parte do R$ 1,8 milhão será perdoada.
O mesmo não valeu para Romário.
Também com uma ligação umbilical com São Januário, ele não quis nem saber.
Embora também sonhe em se despedir do Vasco, não aceitou recados.
Roberto Dinamite ofereceu um último jogo festivo com a camisa vascaína.
Romário parou com 42 anos depois da luta para chegar aos 1000 gols.
Estava com 1002.
Depois de uma partida contra o Internacional, simplesmente parou em 2007.
Foi suspenso por ter usado finasterida em um tônico capilar.
Não quis voltar a jogar.
Mas não se esquecia da dívida que o Vasco tinha com ele.
E admitida judicialmente pelo ex-presidente Eurico Miranda.
Ela batia nos R$ 23 milhões.
Em 2003, Miranda concordou que o valor seria pago em 20 anos.
Só que o pagamento nem começou a ser feito.
Romário decidiu entrar na Justiça contra o Vasco.
Pelas suas contas, com os nove anos de atraso, juros e correções levaram o débito a R$ 50 milhões.
E mandou o recado a Dinamite que não trocará a dívida por despedida.
De maneira alguma.
Nem contra o Barcelona de Messi, clube onde foi ídolo, como era ideia vascaína.
Sem ter como pagá-lo, Roberto Dinamite contestará na Justiça o valor pedido pelo deputado federal.
Festa de adeus só para Edmundo...
(*) Jornalista e comentarista esportivo. Trabalhou por 22 anos no Jornal da Tarde de São Paulo
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