Piscicultura - Santarém poderia estar no mesmo patamar

Agricultores querem transformar cidade de Primavera do Leste em pólo de piscicultura no Mato Grosso

Primavera do Leste - Mt

Globo Rural

Primavera do Leste é um dos 141 municípios do estado em que estão localizadas grandes fazendas de soja. Mas agora, a cidade quer se destacar também na piscicultura. Pensando nisso, foi criada recentemente a Cooperfish, uma cooperativa com 35 associados.

Os produtores são de pequeno porte, como o criador Leonel Trampush. Na propriedade dele, a 40 quilômetros da cidade, há seis tanques de peixe. Ele reaproveitou boa parte da área de quatro hectares para criar peixes, e investiu R$ 60 mil.

A área, que antes servia para garimpar diamantes, estava toda degradada. Agora o piscicultor cria espécies como a tambatinga, cruzamento da fêmea do tambaqui com o macho da pirapitinga, e também o tambacu e o pintado amazônico, a mais nova aposta do seu Leonel.

“É um peixe que da bastante aproveitamento. Está vendendo muito bem e com bom preço. A aceitação no mercado desse pintado é muito boa. Isso está animando a gente", falou seu Leonel.

O criador retira cinco toneladas de peixe por ano. Para conseguir essa quantidade, divide a produção em duas etapas, de acordo com as estações do ano. No inverno, trabalha com alevinos e no verão, com a engorda.

Os criadores de Primavera do Leste produzem cerca de dez toneladas de peixe por mês de peixe. Praticamente todo pescado é consumido na cidade. O desafio da cooperativa agora será aumentar essa produção e ampliar o mercado.

Um frigorífico está sendo construído para vender peixe para outros municípios e estados. A obra é feita com recursos do governo federal e do município. No início, o frigorífico processará 700 quilos de peixe por dia, mas terá capacidade para receber até 15 toneladas e deve ficar pronto até o fim do ano.

"A princípio pensamos em trabalhar com peixe resfriado. Mas a nossa é ideia é trabalhar com cortes específicos para que isso facilite o manuseio da carne de peixe para a dona de casa. Quanto mais nós pudermos facilitar, acredito que será maior o consumo do peixe”, diz Augustinho Buss, presidente da cooperativa.

Nota do Blog: Primavera do Leste para quem não conhece, é uma cidade do Mato Grosso que dista cerca de 200 km da capital Cuiabá. Foi emancipada em maio de 1986 e hoje tem aproximadamente 60 mil habitantes. O município possui três distritos industriais com mais de 50 empresas onde o destaque é para a Cargill, que possui uma fábrica de esmagamento de soja, a Big Frango na produção e abate de frangos e a Granja Mantiqueira, uma das maiores do país que hoje produz cerca de 3 milhões de ovos por dia. Isso tem gerado cerca de 2 mil empregos diretos. A cidade possui mais de 400 estabelecimentos agropecuários. É banhada pelo rio das Mortes, pela Lagoa Azul, Lagoa da Ilha Flutuante e o Lago das Furnas.

Certamente tudo que eles possuem poderíamos ter aqui, principalmente tendo uma ferramenta que nenhum deles possui que é um porto com acesso a qualquer parte do mundo. A questão da piscicultura é algo que certamente poderíamos explorar diante da quantidade de água e rios que nos cerca e a enorme quantidade de tipos de peixes que poderiam ser produzidos com foco a exportação. Porém, conscientes que 75% do custo de um viveiro é com alimentação torna-se difícil querer levar adiante criatório sem ração preparada à base de soja e milho. E trazer de fora como muitos tentam trazer se torna economicamente inviável, devido ao custo de repasse.

Nossas autoridades poderiam pensar mais, analisar o alto potencial que temos para gerar receita e empregos criando mecanismos para extrair o máximo desse potencial.

Primavera do Leste sem porto consegue produzir e abastercer a cidade para em breve alçar voos maiores . Fica o exemplo.