sábado, 10 de março de 2012

E a fila anda (2)

Antenor Pereira Giovannini (2)

Tempos atrás rabiscamos a respeito dos portos de Barcarena e de Santana no Amapá que surgiam como opções de saída da produção do Mato Grosso, de há muito estrangulada tendo tão somente as saídas pelo sul através de Paranaguá (PR) ou Guarujá (SP).

Comentamos que pelo fato das autoridades responsáveis pela liberação do porto da Cargill em Santarém, continuarem nesse atual estado de marasmo, de inércia empurrando um problema que se arrasta por 10 anos, enquanto a produção do estado do Mato Grosso aumenta e as empresas senão conseguem que essa solução seja definida, fazem a fila andar procurando outras opções.

E assim surgiu a saída por Miritituba (do outro lado de Itaituba) cuja produção vem de caminhão pela BR 163 e de lá segue de barcaças ou para Barcarena ou para porto de Santana. E com um detalhe, todas elas passando em frente de Santarém dando tchauzinho para os ecos-chatos de plantão na orla.

Leio hoje no jornal “O Estado do Tapajós” a reportagem que o porto de Miritituba deverá receber verbas estaduais para sua ampliação e os R$ 70 milhões que seriam aplicados no porto de Santarém, não mais o serão.

A senhora Prefeita de Santarém brada contra essa tomada de decisão como se isso fosse impossível de ocorrer. Dos quase 10 anos de imbróglio do assunto Cargill junto ao MP, oito anos completam seu governo e nada foi realizado em prol para que essa situação se modificasse olhando não o lado da empresa, mas das perdas que a cidade teria sem a instalação de outras empresas e todo desenvolvimento que a exportação pode e traz. Não teve nenhuma ação que modificasse o processo e fizessem com que as empresas exportadoras continuassem olhando Santarém como primeira opção.

O tempo passou nada foi feito e a fila andou. Outras opções apareceram e Santarém de primeira opção, passou a ser a terceira e agora querem chorar pelo leite derramado.

O grande mal é continuarem olhando que tal beneficiamento é tão somente para uma empresa. quando na verdade beneficia um conjunto que contribui de maneira decisiva para o fortalecimento financeiro e profissional da cidade. Um porto não atrai uma empresa, um segmento. Não beneficia apenas um e sim um todo. Mas, é preciso que haja trabalho e determinação de um plano para que as coisas fluam como em todo porto do País.E a Prefeitura seu secretariado tem papelimportante para que isso ocorra. Ficar de braços cruzados esperando as coisas acontecerem, certamente não é amelhor opção. E aconteceu. Santarém sai do foco (para delírio dos ecos-chatos) e outras regiões passam a ser a bola da vez.

Resta a Santarém ficar com lencinho na mão e acenar quando as barcaças passarem em frente da orla a caminho ou de Barcarena ou de Santana (Amapá) cujo porto deverá ficar pronto ainda em 2012.

(*) Aposentado e morador em Santarém (PA)

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