segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Refém de uma situação

Após pressão da Fifa, Brasil promete rever pontos da Lei Geral da Copa

Terra

O governo brasileiro se dispôs, nesta segunda-feira, a rever pontos da Lei Geral da Copa que divergem da proposta da Federação Internacional de Futebol (Fifa). O ministro do Esporte, Orlando Silva, disse que o governo se propõe a "aperfeiçoar a redação para ficar mais clara" sobre os aspectos ponderados pela Fifa. Ele disse que as sugestões de mudanças serão enviadas ao Congresso, aos estados e municípios - que dispõem de legislação local sobre determinados temas.

A decisão foi tomada nesta segunda-feira durante reunião da presidente Dilma Rousseff com Orlando Silva, vários ministros e com o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, em Bruxelas. Os dirigentes da Fifa irão no dia 12 a Brasília para uma nova rodada de conversas. Valcke disse ainda que entre os dias 18 e 20 deste mês a Fifa anunciará qual cidade vai sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.

"Nosso governo e a Fifa estão no mesmo barco: (ambos) querem que o Mundial dê certo", disse o ministro. "Faremos (o que for preciso) para manter um ambiente harmônico", acrescentou ele. "Vamos aperfeiçoar a redação e deixá-la mais clara", destacou Orlando Silva.

Para a federação, é fundamental rever a concessão da meia-entrada para idosos e estudantes, a proibição à venda de bebidas alcoólicas nos estádios e a punição para os responsáveis por pirataria. O governo insiste ser impossível negar a concessão de meia-entrada para idosos, pois o direito é assegurado pelo Estatuto do Idoso. Porém, ressaltou que outros aspectos questionados pela Fifa podem ser revistos.

Orlando Silva lembrou que a proibição da venda de bebida alcoólicas está no estatuto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e que pode ser alterado. Em relação à concessão de meia-entrada a estudantes, a legislação é estadual, por isso será tratada diretamente com as unidades do País.

Para a Fifa, é importante ainda que o governo aumente a pena de prisão para os responsáveis por falsificar produtos durante a Copa do Mundo de 2014. No Brasil, a punição pelo crime de pirataria é de um mês a três meses de prisão. Para a federação, o ideal é elevar a prisão para, no mínimo, três meses e, no máximo, um ano.

O ministro negou, porém, que haja divergências. "O governo do Brasil tem compromissos para combater a pirataria. A Copa do Mundo é um grande evento e merecerá atenção especial", disse Orlando Silva.

O secretário-geral da Fifa considerou positiva a conversa com a presidente. "Se tivermos juntos, os dois (Fifa e Brasil) ganham", destacou.

A Lei Geral da Copa foi enviada há cerca de 15 dias ao Congresso. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), criou uma comissão especial para analisá-la e encaminhá-la o mais rápido possível para o plenário da Casa. Uma vez aprovada na Câmara, a lei deve ser encaminha ao Senado. A previsão é que os senadores votem a proposta no próximo ano. 


Nota do Blog: A megalomania lulista em querer ter Copa do Mundo de futebol no Brasil a todo custo, faz com que o País se torne refém  de uma entidade muito mais preocupada com os lucros financeiros do que propriamente a exposição de um esporte e a união dos povos em seu torno. Exigências absurdas o que obriga altos investimentos em novos estádios e que dizem irá trazer melhorias nas cidades sedes. O que se observa até agora, são gastos em construções de campos de futebol mais nada. As demais melhorias, pelo que a imprensa repassa, ainda não têm nada de novo. O que mais chama atenção são os exemplos da última Copa realizada na África onde existem alguns elefantes brancos fincados no meio do nada e o que é pior tendo desalojado comunidades inteiras e que não receberam de volta às promessas anunciadas. Além disso, ao invés da FIFA vir aqui no Brasil discutir as divergências, a presidente do Brasil é que sai daqui e vai até Bruxelas discutir esses pontos e o que é pior, acenando a possibilidade de mudanças em seu posicionamento anterior, que como bem disse Juca Kfouri em artigo publicado aqui no blog, poderia fazer com que a FIFA escolhesse outra sede. Isso seria um soco no estomago do antecessor, cego em querer que isso saia a qualquer custo, tanto quanto as Olimpíadas, certamente, sendo um grande trunfo eleitoreiro para as próximas eleições presidenciais... Ou estou errado?

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