segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Anel

Padre Sidney Augusto Canto (*)

Havia, certa vez, um rei sábio e bom, que já se encontrava no fim de sua vida. Certo dia, pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel de ouro e deu-o a ele dizendo:

 Meu filho, quando fores rei, leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição. Quando estiveres vivendo situações extremas de glória ou de sofrimento, tira-o e lê o que há nele.
E o rei morreu. Seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara. Passado algum tempo, surgiram conflitos com uns reinos vizinhos, que acabaram culminando numa terrível guerra. O jovem rei, à frente do seu exército partiu para enfrentar os inimigos. No auge da batalha, seus companheiros lutavam bravamente; mortos, feridos, tristeza, dor, sofrimento... O jovem rei lembra-se do anel; tira-o e lê a inscrição: TUDO ISSO PASSARÁ.

E ele continua a luta. Perde algumas batalhas, vence outras tantas, mas ao final, sai vitorioso. Retorna, então, ao seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade. O povo o aclama. Entre as palmas e as flores da glória ele se lembra do seu velho e sábio pai. Tira o anel e lê: TUDO ISSO PASSARÁ.

Em nossa vida vivemos momentos de sofrimento extremo e de felicidades extremas... Mas essas coisas ficam para sempre? O que valorizamos mais na vida: o que é eterno ou o que é apenas passageiro? Se você está alegre ou triste, se comemora o nascimento do seu filho ou chora a morte de um ente querido, se conseguiu um emprego ou foi demitido, se torce para o campeão do campeonato ou para o time que foi rebaixado, isso já será passado e o momento futuro ainda é incerto. Viver o hoje é dádiva de DEUS, por isso chamamos o hoje de “presente”. Mas não devemos nos esquecer que as dores passam, as alegrias deste mundo também passam, mas como diz São Paulo: “o AMOR jamais passará” (1Cor 13, 13,8).

Pense e Reflita!

(*) Sacerdote santareno e foi ordenado presbítero no dia 28 de dezembro de 2001. É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém, como escritor e pesquisador da história da sua Diocese já tendo dois livros publicados e outros dois inéditos.

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