Folha de São Paulo
Embalados pela alta das cotações, produtores de café de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Paraná estão tendo dificuldades em encontrar mudas do grão para suas lavouras.
Os cafeicultores aproveitam o bom momento para investir na renovação das plantações, cortando os pés antigos e plantando novos, que são mais produtivos.
No último ano, o preço pago ao produtor pelo café subiu até 60%, dependendo da variedade, e tende a se manter no patamar atual.
A troca dos pés de café também permite implementar a mecanização das lavouras, cada vez mais necessária devido à escassez de mão de obra no campo que representa cerca de 35% dos custos de produção.
Nesse caso, os pés são plantados de forma mais espaçada, para permitir a entrada das máquinas.
"A gente só vai conseguir qualidade com lavouras modernas, plantadas num alinhamento maior, com alta tecnologia. Temos de ganhar mercado nisso ", diz o pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) Ronaldo Nogueira de Medeiros.
Em Minas, maior produtor nacional de café e onde cerca de 30% das plantações são mecanizadas, ainda há mudas, mas a expectativa é que elas acabem em breve.
Das minhas mudas, já vendemos 80%, com adiantamento e tudo. Em outros anos, numa época dessas, só tinha vendido uns 30%, afirma Medeiros, que também é viveirista.
A época ideal para plantio do café começa em novembro e vai até janeiro. Como uma muda demora cerca de seis meses para ficar pronta, quem não encomendou até julho terá dificuldade para conseguir agora, e pode ser obrigado a renovar a lavoura só em 2013.
Os viveiristas estavam produzindo quase sob encomenda nos últimos anos, devido à baixa procura. Agora, a demanda aumentou muito, afirma Paulo Franzini, técnico da Secretaria da Agricultura do Paraná.
No Estado, a produção de mudas foi praticamente toda vendida. Se fizessem o dobro de mudas, venderiam tudo, diz o técnico agrícola Antônio Carlos Spanhol, da cooperativa Cocamar.
As mudas estão cerca de 20% mais caras do que no ano passado no Paraná aumento ainda não observado nos outros Estados.
No Espírito Santo, segundo maior produtor do país, o governo estadual promove, há 15 anos, um programa de renovação das lavouras.
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