Antenor Pereira Giovannini (*)
Observo a noticia de que a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMA) realiza em Itaituba uma audiência pública discutindo os impactos ambientais de um projeto de instalação de um transbordo de cargas agrícolas a ser instalado nos distrito de Miritituba.
A finalidade segundo a notícia é de escoar a produção do Centro Oeste com destino ao município de Barcarena.
O importante da notícia não é quem está por detrás desse projeto ou quem é o dono do transbordo e sim a finalidade. Exportação via Barcarena.
Isso nos mostra que a fila começa andar em termos de novas opções de saída para exportação de grãos do Centro Oeste. As empresas interessadas começam a buscar novas opções.
Enquanto a luz acesa era Santarém, os projetos ficavam voltados para nossa cidade. As luzes estão minguando, graças à demora em se resolver a pendência do EIA-RIMA da Cargill Agrícola. Outra audiência foi realizada e nada foi resolvido. O próprio Ministério Público demonstra essa falta de interesse em resolver ao enviar um representante para última audiência que pouco sabia sobre o assunto além de se ausentar da audiência por quase toda sua totalidade.
Outras empresas aguardam uma definição desse quadro da Cargill para também se posicionarem com relação a se instalarem ou não em Santarém.
O tempo vai passando. Afinal o contrato de arrendamento feito com a CDP data de 1999, portanto, lá se vão 12 anos para um contrato de 20 anos. Para seu encerramento faltam apenas 8 anos e nada demonstra o contrário que a intenção não seja levar esse período com a barriga e ao término verem como é que fica.
Isso, faz com que as empresas sérias e grandes acostumadas em projetar suas ações para 10 anos à frente, já começam a acelerar outras opções de saída observando essa morosidade com Santarém.
E certamente Barcarena já surge como a primeira opção, além de São Luiz do Maranhão.
Nada surpreenderia se de repente, Santarém saísse do foco das prioridades e ficasse tal qual o espermatozóide manquinho , outra vez na boca à espera de um nova oportunidade.
Pobre Santarém . Até quando ficaremos nessa inércia em termos de novos projetos, de crescimento ,o de sermos audaciosos na busca parcerias empresariais que ajudem ao desenvolvimento da cidade e da região . Nada ocorre. Nada muda.
Já escrevi e torno a repetir : “ Aceitar ser medíocre é o desejo dos fracos ".
E a cada dia que passa mais e mais concedemos essa demonstração.
(*) Aposentado e agora comerciante morado em Santarém (PA)
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