Kennedy Alencar (*)
No roteiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a eleição presidencial de 2010 será uma disputa plebiscitária entre o PT e o PSDB. Mais do que isso, entre seus oitos anos de governo e outros oito anos do tucano Fernando Henrique Cardoso.
No meio do caminho, surgiu uma pedra. Para surpresa de Lula e de boa parte do mundo político de Brasília, Marina Silva deixou o PT em 13 de maio de 2008. Um anos depois, aceitou uma aventura de risco: disputar a Presidência da República pelo inexpressivo PV.
O resultado do primeiro turno mostra que Marina quebrou o plebiscito. Os méritos não são do PSDB de José Serra, mas da senadora que, de certa forma, vingou-se da forma como foi isolada no governo Lula.
Registro: ex-colegas de ministério de Marina se queixam de que ela não seria uma boa gestora. De acordo com essa versão, ela combinava ações na mesa do presidente, mas um suposto domínio de ONGs na máquina do Meio Ambiente desautorizavam o acertado.
Marina sempre rebateu essa versão. Diz que todos os projetos que Lula quis realizar obtiveram as autorizações. Ressalta que nunca fez chegar à imprensa, enquanto ministra, versões desfavoráveis a Dilma Rousseff, ex-chefe da Casa Civil e hoje candidata à Presidência.
PT e PSDB não devem se iludir. Marina terá enorme importância no segundo turno. Petistas e tucanos já começam a cortejar seu apoio. Não adianta falar com o PV de José Luiz de França Penna. A votação que foi dada a Marina é dela _o "Lula de saias" que foi a grande surpresa desta eleição. Marina vai decidir o plebiscito.
(*) Jornalista e Colunista da Folha.com
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