Novo estádio faz o Palmeiras o clube que mais arrecada no Brasil. Sozinho, lucra mais que os campeonatos Carioca, Gaúcho e Mineiro. Com tanto dinheiro, cresce a chance de Valdivia ficar…
Cosme Rímoli (*)
Há um ambiente de festa no Palmeiras. Paulo Nobre está entusiasmado. Não é por causa do time. Mas por causa do novo estádio. A adesão da torcida está indo além de qualquer previsão. O clube esperava lucrar do início do até agora agora, com cinco partidas, cerca de R$ 5 milhões. Só que o erro foi enorme. A direção do clube subestimou a empolgação dos torcedores com os 19 reforços e a nova casa. Mesmo com o inútil Campeonato Paulista, chegou a um patamar de Libertadores da América.
Os cinco jogos renderam R$ 9,7 milhões. Isso tendo compartilhado a arrecadação do primeiro jogo do torneio, com o Audax. Os números são espetaculares. Por causa do acordo com a WTorre, construtora do estádio. É completamente diferente de Corinthians e Odebrecht. Os corintianos terão de pagar o estádio em 12 anos. A arrecadação de seus jogos vai para um fundo que gere essa dívida que está em R$ 750 milhões e não para de crescer, por causa dos juros.
Se Roberto de Andrade e Andrés Sanchez não conseguirem desatar o nó dos R$ 420 milhões em CDIs oferecidos pela Prefeitura, e bloqueados pelo Ministério Público, será o caos. A dívida subiria para mais de um milhão. Mesmo assim, a situação é caótica. Enquanto não se resolve, os juros só aumentam.
O acordo palmeirense foi diferente. A W Torre vai explorar o estádio por 30 anos.
Toda a arrecadação dos jogos de futebol fica com o clube de Palestra Itália. A construtora tem o naming rights e shows. Ao Palmeiras, apenas uma pequena porcentagem. Há uma grande brinca em relação às cadeiras, já que o texto do contrato dá dupla interpretação.
Mesmo assim, só o dinheiro dos jogos é uma grande vitória palmeirense.
Em 2014, os cinco primeiros jogos renderam muito pouco em comparação a este ano.
R$ 400 mil contra o Linense; Penapolense, mais R$ 410 mil, São Paulo, R$ 911 mil; Audax, R$ 492 mil; Ituano, R$ 230 mil. São apenas R$ 2,4 milhões. Fora despesas altas com o aluguel do Pacaembu. Na sua nova casa, o Palmeiras ganhou R$ 7 milhões a mais.
Paulo Nobre está empolgado porque tem a certeza que não é 'fogo de palha'.
Por um simples motivo. A localização do estádio. Na Água Branca, zona Oeste de São Paulo, de fácil acesso. Por carro, metrô ou ônibus. Entre dois shoppings. E muito perto do centro da cidade.
Por isso, o presidente nem pensa em abaixar o preço dos ingressos mais caros do país.
Em média, R$ 76,3 contra R$ 33,1 dos outros grandes paulistas. Pelo contrário, Nobre pode deve até aumentá-los na fase aguda do torneio estadual. Não aliviará também na Copa do Brasil. A empolgação cresce porque a capacidade do estádio é de 43 mil torcedores. A média nestes primeiros cinco jogos do desinteressante Campeonato Paulita é de 25 mil palmeirenses.
A expectativa de Paulo Nobre é que o Palmeiras seja o clube que mais arrecade em 2015. Superando até os clubes envolvidos na Libertadores. Até porque há muita confiança que este novo time, comandado por Oswaldo de Oliveiras, chegará na fase final da Copa do Brasil e brigará pelas primeiras colocações do Brasileiro. Otimista, o presidente vê chances de títulos nas duas competições.
Há outro dados incríveis. O Palmeiras arrecadou mais do que todas as partidas do Campeonato do Rio de Janeiro até agora (perto de R$ 7 milhões). Do Rio Grande do Sul, com Grenal e tudo (R$ 6,5 milhões). O de Minas Gerais fica perto de um terço. (na casa dos R$ 3,5 milhões). As partidas todas do Paulista chegam a R$ 10,5 milhões.
A entrada de tanto dinheiro pode beneficiar Valdívia. O meia que ainda não entrou em campo em 2015 terá seu contrato encerrado no dia 17 de agosto. O diretor executivo, Alexandre Mattos, já avisou a Nobre. Quer segurar a maior estrela palmeirense. Mas desde que ele aceite um contrato de produtividade. Ganhando quantas vezes entrar em campo.
Os números dão razão ao dirigente. Os números do chileno são arrepiantes. Nos 314 jogos que o Palmeiras fez desde a volta do meia, ele só atuou em 138 deles. E só em 59, atuou por 90 minutos. Ele ficou de fora 176 partidas. Estava machucado 122 vezes, suspenso 15, poupado 13, dispensado 9, Seleção Chinela 17.
Valdívia se mostra resistente. Quer como é o seu contrato atual, R$ 475 mil mensais.
Sem desconto algum quando não joga. Alexandre Mattos terá que dobrar também Paulo Nobre. O presidente não quer perder o chileno. Acredita que precisa de sua estrela para continuar a atraindo público.
De qualquer maneira, o momento financeiro é especial no Palestra Itália.
O bilionário presidente comemora e respira aliviado. Acredita que, a partir deste novo estádio, não precisará emprestar mais dinheiro do próprio bolso ao clube. Ele já colocou R$ 135 milhões. Mas já se comprometeu a começar a receber quando deixar a presidência palmeirense, em 2017. Até lá, sua expectativa é lucrar até não poder com a nova arena. Os quatro anos que esperou para voltar a jogar em casa valeram a pena...
(*) Jornalista é comentarista esportivo da Record News e escreve para UOL
Cosme Rímoli (*)
Há um ambiente de festa no Palmeiras. Paulo Nobre está entusiasmado. Não é por causa do time. Mas por causa do novo estádio. A adesão da torcida está indo além de qualquer previsão. O clube esperava lucrar do início do até agora agora, com cinco partidas, cerca de R$ 5 milhões. Só que o erro foi enorme. A direção do clube subestimou a empolgação dos torcedores com os 19 reforços e a nova casa. Mesmo com o inútil Campeonato Paulista, chegou a um patamar de Libertadores da América.
Os cinco jogos renderam R$ 9,7 milhões. Isso tendo compartilhado a arrecadação do primeiro jogo do torneio, com o Audax. Os números são espetaculares. Por causa do acordo com a WTorre, construtora do estádio. É completamente diferente de Corinthians e Odebrecht. Os corintianos terão de pagar o estádio em 12 anos. A arrecadação de seus jogos vai para um fundo que gere essa dívida que está em R$ 750 milhões e não para de crescer, por causa dos juros.
Se Roberto de Andrade e Andrés Sanchez não conseguirem desatar o nó dos R$ 420 milhões em CDIs oferecidos pela Prefeitura, e bloqueados pelo Ministério Público, será o caos. A dívida subiria para mais de um milhão. Mesmo assim, a situação é caótica. Enquanto não se resolve, os juros só aumentam.
O acordo palmeirense foi diferente. A W Torre vai explorar o estádio por 30 anos.
Toda a arrecadação dos jogos de futebol fica com o clube de Palestra Itália. A construtora tem o naming rights e shows. Ao Palmeiras, apenas uma pequena porcentagem. Há uma grande brinca em relação às cadeiras, já que o texto do contrato dá dupla interpretação.
Mesmo assim, só o dinheiro dos jogos é uma grande vitória palmeirense.
Em 2014, os cinco primeiros jogos renderam muito pouco em comparação a este ano.
R$ 400 mil contra o Linense; Penapolense, mais R$ 410 mil, São Paulo, R$ 911 mil; Audax, R$ 492 mil; Ituano, R$ 230 mil. São apenas R$ 2,4 milhões. Fora despesas altas com o aluguel do Pacaembu. Na sua nova casa, o Palmeiras ganhou R$ 7 milhões a mais.
Paulo Nobre está empolgado porque tem a certeza que não é 'fogo de palha'.
Por um simples motivo. A localização do estádio. Na Água Branca, zona Oeste de São Paulo, de fácil acesso. Por carro, metrô ou ônibus. Entre dois shoppings. E muito perto do centro da cidade.
Por isso, o presidente nem pensa em abaixar o preço dos ingressos mais caros do país.
Em média, R$ 76,3 contra R$ 33,1 dos outros grandes paulistas. Pelo contrário, Nobre pode deve até aumentá-los na fase aguda do torneio estadual. Não aliviará também na Copa do Brasil. A empolgação cresce porque a capacidade do estádio é de 43 mil torcedores. A média nestes primeiros cinco jogos do desinteressante Campeonato Paulita é de 25 mil palmeirenses.
A expectativa de Paulo Nobre é que o Palmeiras seja o clube que mais arrecade em 2015. Superando até os clubes envolvidos na Libertadores. Até porque há muita confiança que este novo time, comandado por Oswaldo de Oliveiras, chegará na fase final da Copa do Brasil e brigará pelas primeiras colocações do Brasileiro. Otimista, o presidente vê chances de títulos nas duas competições.
Há outro dados incríveis. O Palmeiras arrecadou mais do que todas as partidas do Campeonato do Rio de Janeiro até agora (perto de R$ 7 milhões). Do Rio Grande do Sul, com Grenal e tudo (R$ 6,5 milhões). O de Minas Gerais fica perto de um terço. (na casa dos R$ 3,5 milhões). As partidas todas do Paulista chegam a R$ 10,5 milhões.
A entrada de tanto dinheiro pode beneficiar Valdívia. O meia que ainda não entrou em campo em 2015 terá seu contrato encerrado no dia 17 de agosto. O diretor executivo, Alexandre Mattos, já avisou a Nobre. Quer segurar a maior estrela palmeirense. Mas desde que ele aceite um contrato de produtividade. Ganhando quantas vezes entrar em campo.
Os números dão razão ao dirigente. Os números do chileno são arrepiantes. Nos 314 jogos que o Palmeiras fez desde a volta do meia, ele só atuou em 138 deles. E só em 59, atuou por 90 minutos. Ele ficou de fora 176 partidas. Estava machucado 122 vezes, suspenso 15, poupado 13, dispensado 9, Seleção Chinela 17.
Valdívia se mostra resistente. Quer como é o seu contrato atual, R$ 475 mil mensais.
Sem desconto algum quando não joga. Alexandre Mattos terá que dobrar também Paulo Nobre. O presidente não quer perder o chileno. Acredita que precisa de sua estrela para continuar a atraindo público.
De qualquer maneira, o momento financeiro é especial no Palestra Itália.
O bilionário presidente comemora e respira aliviado. Acredita que, a partir deste novo estádio, não precisará emprestar mais dinheiro do próprio bolso ao clube. Ele já colocou R$ 135 milhões. Mas já se comprometeu a começar a receber quando deixar a presidência palmeirense, em 2017. Até lá, sua expectativa é lucrar até não poder com a nova arena. Os quatro anos que esperou para voltar a jogar em casa valeram a pena...
(*) Jornalista é comentarista esportivo da Record News e escreve para UOL
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