Nova arena ressuscitou o Palmeiras. R$ 11,9 milhões em seis jogos no insignificante Paulista. R$ 50 milhões pela camisa. Cem mil sócios-torcedores são só o início. Meta é ficar entre os primeiros do mundo…
Cosme Rímoli (*)
1º)Internacional 130.205 sócios-torcedores.
2º)Palmeiras,100.098.
3º)Corinthians, 83.356.
4º)Grêmio, 81.012.
5º) Cruzeiro, 68.932.
6º)Santos, 57.470.
7º)Flamengo, 54.447.
8º)São Paulo, 52.364.
9º)Atlético Mineiro, 40.287.
10º)Bahia, 24.012.
Esses são números desta festiva manhã de terça para o departamento de marketing do Palmeiras. O clube chegou exatamente aos 39 minutos de hoje à marca de cem mil sócios-torcedores. Cem mil pessoas que pagam mensalidade para ajudar a equipe e conseguir vantagens na compra de ingressos. A materialização da fidelidade.
São cerca de R$ 20 milhões anuais nos cofres. Fora os R$ 50 milhões em patrocínio, que tornaram a camisa do clube a mais valiosa da América Latina. Isso em plena crise mundial. São nada menos do que R$ 11,9 milhões em apenas seis jogos do insignificante Campeonato Paulista, na sua nova arena. Com direito a R$ 2,2 milhões na partida de sábado, contra o Bragantino.
Não paga nem mais concentração. O Hotel Holiday Inn no Parque Anhembi troca 15 quartos e refeições por placas de publicidade na CT da Barra Funda.
O clube faz campanha agora para que sócios-torcedores ingressem de verdade no clube. Passem a levar seus familiares. Há a confiança que famílias estejam dispostas a pagar R$ 25 mil. E virem sócias remidas, ou seja, sem necessidade de pagar mensalidade para o resto da vida. Se essa proposta fosse feita há dois anos, seria motivo de piada.
Tanto eram a bagunça e a depressão que o clube vivia.
O Palmeiras vive um momento de euforia administrativa como nunca na sua história. Embora tenha até o apelido de 'campeão do século XX', o clube nunca se preocupou em se modernizar. Formou esquadrões, com craques e muito talento.
Duas equipes não ganharam os apelidos de academias por acaso.
Mas o potencial do principal clube da colônia italiana no país nunca foi exercido.
Muito pelo contrário. Acabou esquecido. Nem mesmo as dezenas de milhões de dólares que a Parmalat foram capitalizados. Acabaram gastos nas contratações de grandes atletas. A reestruturação sonhada no Centro de Treinamento da Barra Funda, com construção de hotel, piscina, modernas salas de musculação e fisioterapia ficou na promessa.
O novo estádio teve um peso enorme. A arena multiuso foi além de todas as expectativas. O conforto das instalações, a localização, o cuidado com os telões, a alimentação, a organização. Tudo isso conspirou para que os torcedores mudassem sua atitude perante o time. O estádio ficou bom demais para um time medíocre, jogadores sem talento, dignos da Segunda Divisão.
O bilionário Paulo Nobre, que colocou R$ 130 milhões no desacreditado Palmeiras, começou a ver o efeito do estádio. Embora ainda persista a guerra com a WTorre pelas cadeiras, o dirigente não tem do que reclamar. O efeito cascata foi impulsionado pela nova arena. A empatia e o orgulho dos palmeirenses os animaram a colocar a mão no bolso. Começar a gastar com o clube.
A subida no número de sócios torcedores é algo impressionante. O plano Avanti foi lançado em junho de 2012. No mês seguinte, o clube ganhou a Copa do Brasil e o número de interessados disparou. O fenômeno continuou com o rebaixamento da equipe.
Uma demonstração de paixão dos torcedores. A situação melhorou com o retorno à Série A. O sofrido ano do centenário não garantiu sequer um título. Foi o imponente estádio que mudou toda a perspectiva.
Os investimentos de Paulo Nobre, seguindo a obsessão de reforços por parte da Alexandre Mattos, transformaram de vez o cenário. Não foram necessários mirabolantes planos de marketing para o enorme crescimento. Bastaram o plano de sócio-torcedor, uma arena de primeiro mundo e agora um time que merece a esperança do torcedor.
O Palmeiras hibernou por décadas. Inclusive nos últimos anos, quando o marketing e o futebol estiveram sob o domínio de José Carlos Brunoro. Nada acontecia. Mesmo com a nova arena.
Desde a saída do ultrapassado executivo, a morosidade foi embora.
Tudo acontece muito mais rápido. Sem drama, burocracia. Como a merecida festa de despedida de Alex. A passagem do meia foi marcante pelo Palestra Itália.
Tudo foi muito rápido, ágil. Ela acontecerá no dia 28 deste mês, sábado. Sem enrolação, discussões intermináveis com conselheiros. A diretoria descobriu a usar seu poder.
E a agradar seu consumidor, o palmeirense.
Depois do show de Paul McCartney, Roberto Carlos fará show em 18 de abril.
As negociações com o Rolling Stones seguem e há expectativa de uma ou duas apresentações do grupo no estádio. A Anschutz Entertainment Group é responsável pelos eventos no estádio. E tenta amarrar além de dez shows por ano, quer UFC e NBA na arena.
Como já foi noticiado no blog, o estádio conseguiu desbancar o Morumbi. E sediará, ao lado do Itaquerão, jogos de futebol da Olimpíada de 2016. As partidas não trazem grande lucro, mas reconhecimento, prestígio internacional. Algo impensável no antigo Palestra Itália.
O momento do Palmeiras é auspicioso. E precisa ser bem aproveitado. O clube deve mais de R$ 300 milhões. Ainda tem restrições para conseguir empréstimos em bancos.
Suas violentas organizadas ainda atrapalham. Despertam medo em vários investidores.
O passado recente do clube ainda está presente, com dois rebaixamentos no período de dez anos. Quase houve um terceiro em 2014.
Mas o novo e moderno estádio foi muito além das expectativas. Foram quatro anos com o clube atuando de forma mambembe, sem casa. E agora quando a reconstrução foi terminada, por apenas R$ 650 milhões e sem envolvimento de dinheiro público, o torcedor deu sua incrível resposta.
Os planos do departamento de marketing é entrar nos top five do mundo, entre os sócios torcedores. O clube igualou o número de cem mil, que o décimo colocado, o Manchester United tem. A ambição e modernidade chegaram a um lugar onde imperavam o atraso, o conservadorismo.
Belluzzo teve a visão da necessidade de se livrar do velho e ultrapassado Palestra Itália. Assinou um contrato polêmico, que merece vários questionamentos, mas garantiu a nova arena multiuso. Paulo Nobre a herdou no período de finalização. E agora fez sua obrigação. No seu terceiro ano de mandato, finalmente montou um time decente, com jogadores com capacidade para vestir a camisa verde.
Nobre não para de ter demonstrações de retribuição, agradecimento, fervoroso amor dos torcedores ao Palmeiras. "Acordamos e não vamos dormir nunca mais", jurou o presidente a um velho conselheiro no sábado passado.
O próximo plano é classificar o clube para a Libertadores de 2016. Lucrar até não mais poder na nova arena. E juntar mais milhares de sócios torcedores...
Ranking de sócios torcedores no mundo
1º) Benfica, 270 mil
2º) Bayern de Munique, 238 mil
3º) Arsenal, 225 mil
4º) Real Madrid, 206 mil
5º) Barcelona, 154 mil
6º) Internacional, 129 mil
7º) Porto, 125 mil
8º) Borrusia Dortmund, 111 mil
9º) Inter Milão, 105 mil
10º) Manchester United, 100 mil
10º) Palmeiras, 100 mil...
(*) Jornalista e comentarista esportivo da Record News
Cosme Rímoli (*)
1º)Internacional 130.205 sócios-torcedores.
2º)Palmeiras,100.098.
3º)Corinthians, 83.356.
4º)Grêmio, 81.012.
5º) Cruzeiro, 68.932.
6º)Santos, 57.470.
7º)Flamengo, 54.447.
8º)São Paulo, 52.364.
9º)Atlético Mineiro, 40.287.
10º)Bahia, 24.012.
Esses são números desta festiva manhã de terça para o departamento de marketing do Palmeiras. O clube chegou exatamente aos 39 minutos de hoje à marca de cem mil sócios-torcedores. Cem mil pessoas que pagam mensalidade para ajudar a equipe e conseguir vantagens na compra de ingressos. A materialização da fidelidade.
São cerca de R$ 20 milhões anuais nos cofres. Fora os R$ 50 milhões em patrocínio, que tornaram a camisa do clube a mais valiosa da América Latina. Isso em plena crise mundial. São nada menos do que R$ 11,9 milhões em apenas seis jogos do insignificante Campeonato Paulista, na sua nova arena. Com direito a R$ 2,2 milhões na partida de sábado, contra o Bragantino.
Não paga nem mais concentração. O Hotel Holiday Inn no Parque Anhembi troca 15 quartos e refeições por placas de publicidade na CT da Barra Funda.
O clube faz campanha agora para que sócios-torcedores ingressem de verdade no clube. Passem a levar seus familiares. Há a confiança que famílias estejam dispostas a pagar R$ 25 mil. E virem sócias remidas, ou seja, sem necessidade de pagar mensalidade para o resto da vida. Se essa proposta fosse feita há dois anos, seria motivo de piada.
Tanto eram a bagunça e a depressão que o clube vivia.
O Palmeiras vive um momento de euforia administrativa como nunca na sua história. Embora tenha até o apelido de 'campeão do século XX', o clube nunca se preocupou em se modernizar. Formou esquadrões, com craques e muito talento.
Duas equipes não ganharam os apelidos de academias por acaso.
Mas o potencial do principal clube da colônia italiana no país nunca foi exercido.
Muito pelo contrário. Acabou esquecido. Nem mesmo as dezenas de milhões de dólares que a Parmalat foram capitalizados. Acabaram gastos nas contratações de grandes atletas. A reestruturação sonhada no Centro de Treinamento da Barra Funda, com construção de hotel, piscina, modernas salas de musculação e fisioterapia ficou na promessa.
O novo estádio teve um peso enorme. A arena multiuso foi além de todas as expectativas. O conforto das instalações, a localização, o cuidado com os telões, a alimentação, a organização. Tudo isso conspirou para que os torcedores mudassem sua atitude perante o time. O estádio ficou bom demais para um time medíocre, jogadores sem talento, dignos da Segunda Divisão.
O bilionário Paulo Nobre, que colocou R$ 130 milhões no desacreditado Palmeiras, começou a ver o efeito do estádio. Embora ainda persista a guerra com a WTorre pelas cadeiras, o dirigente não tem do que reclamar. O efeito cascata foi impulsionado pela nova arena. A empatia e o orgulho dos palmeirenses os animaram a colocar a mão no bolso. Começar a gastar com o clube.
A subida no número de sócios torcedores é algo impressionante. O plano Avanti foi lançado em junho de 2012. No mês seguinte, o clube ganhou a Copa do Brasil e o número de interessados disparou. O fenômeno continuou com o rebaixamento da equipe.
Uma demonstração de paixão dos torcedores. A situação melhorou com o retorno à Série A. O sofrido ano do centenário não garantiu sequer um título. Foi o imponente estádio que mudou toda a perspectiva.
Os investimentos de Paulo Nobre, seguindo a obsessão de reforços por parte da Alexandre Mattos, transformaram de vez o cenário. Não foram necessários mirabolantes planos de marketing para o enorme crescimento. Bastaram o plano de sócio-torcedor, uma arena de primeiro mundo e agora um time que merece a esperança do torcedor.
O Palmeiras hibernou por décadas. Inclusive nos últimos anos, quando o marketing e o futebol estiveram sob o domínio de José Carlos Brunoro. Nada acontecia. Mesmo com a nova arena.
Desde a saída do ultrapassado executivo, a morosidade foi embora.
Tudo acontece muito mais rápido. Sem drama, burocracia. Como a merecida festa de despedida de Alex. A passagem do meia foi marcante pelo Palestra Itália.
Tudo foi muito rápido, ágil. Ela acontecerá no dia 28 deste mês, sábado. Sem enrolação, discussões intermináveis com conselheiros. A diretoria descobriu a usar seu poder.
E a agradar seu consumidor, o palmeirense.
Depois do show de Paul McCartney, Roberto Carlos fará show em 18 de abril.
As negociações com o Rolling Stones seguem e há expectativa de uma ou duas apresentações do grupo no estádio. A Anschutz Entertainment Group é responsável pelos eventos no estádio. E tenta amarrar além de dez shows por ano, quer UFC e NBA na arena.
Como já foi noticiado no blog, o estádio conseguiu desbancar o Morumbi. E sediará, ao lado do Itaquerão, jogos de futebol da Olimpíada de 2016. As partidas não trazem grande lucro, mas reconhecimento, prestígio internacional. Algo impensável no antigo Palestra Itália.
O momento do Palmeiras é auspicioso. E precisa ser bem aproveitado. O clube deve mais de R$ 300 milhões. Ainda tem restrições para conseguir empréstimos em bancos.
Suas violentas organizadas ainda atrapalham. Despertam medo em vários investidores.
O passado recente do clube ainda está presente, com dois rebaixamentos no período de dez anos. Quase houve um terceiro em 2014.
Mas o novo e moderno estádio foi muito além das expectativas. Foram quatro anos com o clube atuando de forma mambembe, sem casa. E agora quando a reconstrução foi terminada, por apenas R$ 650 milhões e sem envolvimento de dinheiro público, o torcedor deu sua incrível resposta.
Os planos do departamento de marketing é entrar nos top five do mundo, entre os sócios torcedores. O clube igualou o número de cem mil, que o décimo colocado, o Manchester United tem. A ambição e modernidade chegaram a um lugar onde imperavam o atraso, o conservadorismo.
Belluzzo teve a visão da necessidade de se livrar do velho e ultrapassado Palestra Itália. Assinou um contrato polêmico, que merece vários questionamentos, mas garantiu a nova arena multiuso. Paulo Nobre a herdou no período de finalização. E agora fez sua obrigação. No seu terceiro ano de mandato, finalmente montou um time decente, com jogadores com capacidade para vestir a camisa verde.
Nobre não para de ter demonstrações de retribuição, agradecimento, fervoroso amor dos torcedores ao Palmeiras. "Acordamos e não vamos dormir nunca mais", jurou o presidente a um velho conselheiro no sábado passado.
O próximo plano é classificar o clube para a Libertadores de 2016. Lucrar até não mais poder na nova arena. E juntar mais milhares de sócios torcedores...
Ranking de sócios torcedores no mundo
1º) Benfica, 270 mil
2º) Bayern de Munique, 238 mil
3º) Arsenal, 225 mil
4º) Real Madrid, 206 mil
5º) Barcelona, 154 mil
6º) Internacional, 129 mil
7º) Porto, 125 mil
8º) Borrusia Dortmund, 111 mil
9º) Inter Milão, 105 mil
10º) Manchester United, 100 mil
10º) Palmeiras, 100 mil...
(*) Jornalista e comentarista esportivo da Record News
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