quinta-feira, 1 de março de 2012

Um filho, uma árvore e um livro

Pe. Sidney Canto (*)

Um antigo ditado diz que um homem se sente plenamente realizado quando: Educa um filho; planta uma árvore e escreve um livro.

Hoje é de se questionar: Quais são os pais que estão de fato educando seus filhos? Alguns afirmam que pai não é o que faz, mas o que cria. E criar, perpassa não somente alimentar, cuidar da saúde, mas também e principalmente educar. Daí a necessidade do intercâmbio permanente entre a Escola e a Família como base de qualquer sociedade.

Faz parte também da educação de hoje o cuidado com o meio ambiente. Desde pequenos deveríamos poder contar com uma convivência harmoniosa com a natureza. Plantar não somente uma, mas educar para o cultivo contínuo de novas árvores, que possam produzir sempre novas sementes e também um mundo onde o ar seja mais respirável...
Bem, mas o que pretendo mesmo é falar sobre os livros que devem ser escritos...

Como pesquisador da história, da vida e dos costumes do nosso povo, posso afirmar que escrever um livro até que não é uma tarefa assim tão difícil. Ter bons pais (que nos proporcionem bons momentos juntos) e uma boa Educação é um primeiro grande passo e incentivo para escrever. Ter bons professores então, ajuda muito mais... Plantar árvores também, pois o papel (até que se mude a fórmula) necessita de muitas árvores para existir...

O principal desafio está, creio eu, em alguns pontos que passo agora a destacar: o primeiro é adquirir o costume da leitura, o segundo é ter acesso a fontes que ajudem nas pesquisas necessárias, depois vem o de se poder contar com o apoio e incentivo necessário na hora certa e no lugar certo, principalmente o de contar com quem possa editar (fazer a obra se tornar física) e promover o maior alcance possível do conhecimento produzido.

Santarém, sendo uma cidade que conta com um bom número de Instituições de Ensino Superior, deveria também contar com boas e fartas publicações. Todos os anos temos vários acadêmicos se formando em diversos cursos. Cada um deles (ou alguns deles em duplas, como admitem algumas dessas instituições) tem conhecimento necessário para produzir um trabalho que configure a conclusão de seus estudos.

Mas o que se percebe é que alguns bons trabalhos não são publicados e outros não o merecem... Quais as causas? Inúmeras são as que aparecem... As financeiras sempre apontadas como maiores delas. Investir na publicação pelos meios digitais tem sido uma alternativa mais barata e cômoda para alguns. Mas isso não tem ajudado bastante, pelo contrário, recentemente tem recebido várias críticas por conta do famoso ato do “Ctrl C” e “Ctrl V” gerando o famoso “comércio de teses”.

Pode parecer que não valorizamos o que produzimos. Ou que somos incapazes de produzir algo. Mas isso não parece ser o caso de Santarém, que apesar de possuir tantos alunos em cursos superiores possui uma pouca difundida produção acadêmica, ficando a mesma restrita aos colegas, professores e, finalmente às bibliotecas dessas instituições.

A produção existe, com certeza! E, talvez com grandes obras, mas que não cumprem com o papel social de não somente gerar, mas levar o conhecimento ao maior número de pessoas possíveis. Será que não está na hora de mudar este quadro?

(*) É sacerdote santareno, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós - IHGTap e membro da Academia de Letras e Artes de Santarém - ALAS.


Um comentário:

  1. Gostaria de postar em seu Blog um artigo que escrevi que tem como título: UM FILHO, UMA ARVORE, UM LIVRO.

    Benê Cantelli. e-mail : cantelli@terra.com.br

    Obrigado. Estamos lançando nosso segundo livro, na próxima sexta-feira.

    Atenciosamente, aguardando resposta.

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