Mano Menezes se cansou da insegurança de Júlio César. A vaga para o gol do Brasil está vazia. Diego Alves terá a sua chance…
Cosme Rímoli (*)
Marcos era o goleiro de confiança de Felipão.
Dida, o de Parreira.
Júlio César, o de Dunga.
Mano Menezes não teve como ir contra o lobby da imprensa europeia.
E brasileira.
Mesmo depois da falha gritante no jogo contra a Holanda, que eliminou o Brasil da Copa da África...
Da péssima fase na Inter de Milão...
Mano não teve como virar as costas a Júlio César.
Além do instável titular da África, esses são goleiros que Mano convocou...
Diego Alves (Valencia), Fábio e Gabriel Vasconcelos (Cruzeiro), Gomes (Tottenham)
Jefferson (Botafogo), Neto (Fiorentina) e Rafael (Santos).
Oito nomes, nenhuma certeza.
A falha de Júlio César contra a Bósnia chega na pior hora.
O treinador ainda o via como opção para uma das vagas na Olimpíada.
Queria a sua liderança, com pitada de arrogância, prepotência.
Julgava ser necessária diante da pressão pela busca pela inédita medalha de ouro.
Tanto que não o chamou logo após a Copa da África.
Queria preservá-lo, fazer com que as pessoas esquecessem suas falhas.
Só que a estratégia não deu resultado.
Ele continua muito mal na Inter.
Parece que nunca mais se recuperou pscologicamente da Copa do Mundo.
Mano sentiu isso na pele na terça-feira.
A insegurança com que contaminou o time na partida contra a Bósnia foi terrível.
Talvez passe a nem mais convocá-lo, quanto mais abrir uma vaga para ele nas Olimpíadas.
Mano deixou claro não está no cenário nacional o goleiro que sonha.
Jefferson, Victor, Fábio não o estimulam.
Vê futuro em Rafael.
Futuro, não presente.
Sem grandes opções, o treinador voltará seus olhos para Diego Alves.
Discreto, seu trabalho é consistente na Europa.
Saiu como grande revelação do Atlético Mineiro.
Foi muito bem no Almeria.
E animou o Valencia a gastar três milhões de euros na sua contratação.
No ambiente da Seleção é ofuscado por Júlio César.
E aceita calado ficar no segundo plano.
Não é de fazer lobby ou mostrar arrogância.
Por não ter nascido em clubes paulistas ou cariocas, não tem proteção da mídia.
Foge das entrevistas, só quer fazer parte de vez do grupo de Mano.
A empolgação da mídia espanhola com suas atuações é a arma.
Seu conceito no Campeonato Espanhol cresce a cada dia.
No próximo amistoso do Brasil, contra a Dinamarca, Mano deu sinais que vai mudar a Seleção.
Há uma enorme chance desta primeira mudança seja no gol.
Não há mais plena confiança em Júlio César.
E Diego Alves terá uma chance de verdade.
Ele que aproveite.
Brasil precisa de um goleiro que não seja apenas pose...
Ou passado..
(*) Jornalista esportivo. Atuou por 21 anos no Jornal da Tarde de SãoPaulo
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