quarta-feira, 14 de março de 2012

Cargill, fora de Santarém ?

Se o porto graneleiro sair de Santarém, a sociedade perde alguma coisa?

Edilberto Sena (*)

Falando da retirada ou não, do porto da Norte Americana Cargill da frente da cidade de Santarém, o que será que o governador Jatene quis dizer com a seguinte frase -“é preciso perceber o que é questão ambiental e o que é interesse das empresas de fora do país’’... o que está por trás dessa afirmação? O governador terá poder de mandar arrancar o porto da multinacional da frente da cidade?

Talvez sim, pois até hoje a Cargill está funcionando seu porto ilegal, o julgamento ainda não foi concluído. Por algum motivo estranho, está engavetado na justiça federal e quem permite o porto funcionando é uma licença provisória, continuamente provisória, dada pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) do Estado. Bastará o governador mandar a Sema suspender a tal licença provisória e o porto será paralisado.

Mas afinal, o governador Jatene está interessado em tirar o porto graneleiro de frente da cidade? Motivo ele deve ter. As milhares de toneladas de soja transportadas pelo porto não rendem nada, ou quase nada de impostos, nem ao Estado, nem ao município de Santarém. A rica empresa está amparada pela famigerada lei Kandir, que dispensa as empresas que exportam produtos primários e semi elaborados, de pagarem o imposto de exportação e o ICMS, porque os portos do Pará são apenas corredores de escoamento da soja, que vem do Mato Grosso e Rondônia.

Já a prefeita Maria do Carmo está preocupada com a notícia da estratégia do governador, se o porto da Cargill vai sair de Santarém. Mas porque a preocupação da prefeita? Quanto recurso sai da Cargill para o cofre do município, alguém sabe?

Será que a preocupação da prefeita é por causa dos favores dados pela Cargill como aquela pequena biblioteca? Ou pelo apoio dado à construção daquela passarela ao lado do antigo campo da Vera paz? Onze anos atrás, quando a Cargill começou a aterrar a praia da Vera Paz, e algumas organizações populares reagiram e o Ministério Público Federal assumiu o processo contra a empresa por ausência de um estudo de impacto ambiental, políticos e desempregados se insurgiram contra os críticos. Estes eram acusados de anti desenvolvimento da região que viria com a instalação do porto.

Agora passados os onze anos, poucos ainda defendem a presença da Cargill na cidade, pois nem tantos empregos, nem desenvolvimento chegaram. Menos de duzentos empregos surgiram, mas ela exporta um u mais milhões de toneladas de soja pelo porto, sem que pague impostos ao estado e ao município.

Então quer dizer que a prefeita aplaude aquela invasão da frente da idade pelo porto que, além de destruir parte do sítio arqueológico, privatizou parte do rio Tapajós e não deixa melhoria de qualidade de vida aos nativos? O que perde e o que ganha a sociedade Santarena coma a retirada do porto da Cargill da frente da cidade?

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)

4 comentários:

  1. cansado de santarem14/3/12 22:58

    E você ainda concede espaço para esse cidadão ...
    Isso é um câncer para Santarém ...
    Discurso velho de quem está precisando de verbas ongueiras ... é o que ele presta em fazer ...
    Esquece esse cara ..

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  2. O Senhor Edilberto Sena se contradiz quando fala primeiramente que a prefeita tem intereses recebendo recursos da Cargill depois diz que a empresa não paga os recolhimentos municipais e estaduais por ser isenta.
    A Cargill só é isenta de um unico imposto que é o ICMS. Quanto ao imposto municipal o ISS a empresa retem da CIA Docas do Pará CDP e recolhe aos cofres minucipais.

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  3. Cansado de Santarem deve saber que tem barco saindo todo dia, avioes, e a BR163 onde vc deverá deslumbrar os lindos campos de soja e gado...boa viagem irmao, e durante a viagem aprenda a respeitar as pessoas e o tempo, seu e nosso.

    Qto ao comentario do respeitoso anonimo: so ele e sua ingenuidade pra ver contradição entre recolhimento municipal e estadual e e minha prefeita receber recursos da cargill.

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  4. Fora Cargill para sempre

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