Valdo Cruz (*)
"Nem o Serra faria assim. Nem ele colocaria tanto paulista em seu ministério." O comentário é de um aliado da presidente eleita, Dilma Rousseff, insatisfeito com o predomínio paulista na relação de nomes até agora anunciados oficialmente e entre os dados como certos no governo da petista.
Para evitar "curto-circuito" na relação com a futura presidente, o aliado pediu que seu nome não fosse identificado. Mas ele faz as contas: dos seis ministros anunciados oficialmente até aqui, cinco são paulistas e petistas. Todos ocupando os principais cargos do governo. Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e José Eduardo Cardozo (Justiça).
Sem falar em outros que estão na fila apenas aguardando a oficialização: Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Fernando Haddad (Educação) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Na avaliação do aliado de Dilma, que fez intensa campanha pela eleição da petista, trata-se, por enquanto, de um verdadeiro paulistério, que nem o candidato tucano, José Serra, teria de coragem de montar.
Como Serra não ganhou a eleição, é difícil dizer se ele realmente não faria algo parecido. A frase do apoiador de Dilma demonstra, porém, como a montagem da primeira equipe da presidente eleita está gerando insatisfação entre os que integram a sua base de apoio.
(*) Jornalista. Tem uma coluna na Folha de São Paulo
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