terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ações do Ministério do Meio Ambiente no Oeste do Pará

Padre Edilberto Sena (*)

Pelo que se vê na região, será que dá para concluir que de fato as ações do Ministério mudaram o panorama ambiental, como afirmam seus técnicos e gerentes? O discurso deles e das autoridades federais no encontro de ontem em Santarém, era otimista. Seu ponto de referência para comparação era a primeira reunião ocorrida na cidade em 2004, com a presença da então ministra do meio ambiente, Marina Silva. De lá para cá eles afirmam que houve grandes mudanças, mesmo admitindo que falta avançar mais.

Os números eram para impressionar a platéia: começando com o desmatamento que era de 25 mil kms² à época e hoje é de 06 mil kms²; quanto as unidades de conservação, foram criadas 14, entre parques nacionais, reservas extrativistas, e assim falaram os homens do Ministério do Meio Ambiente. Ah! Se fosse verdade! Dizia o sábio filósofo.

Eles que moram no sul, será que sabem medir o desastre que ainda é 5 mil kms² de florestas derrubadas? Juntando com os anteriores já são mais de 120 mil kms² de destruição na Amazônia, que explicam parte desse calor anormal. Não explicaram eles inclusive, porque a ministra Marina Silva, abandonou o atual governo, ela que prometera uma mudança real por opção ideológica, do meio ambiente? Ela, em 2004 em Santarém garantiu que faria a preservação das florestas no entorno da Br. 163.

Os técnicos ontem não falaram dos desastres que advirão se forem construídas as usinas hidrelétricas pelo mesmo governo, que criou 14 unidades de conservação no Oeste do Pará. Só uma delas, a de São Luiz do Tapajós se for construída deve destruir 10 mil hectares de florestas do Parque Nacional da Amazônia e 24 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxin.

Como falar de ações contra o desmatamento e planejar 15 grandes barragens no entorno da rodovia Santarém ? Cuiabá, a Br. 163?

O pessoal do Ministério do Meio Ambiente, que veio correndo ontem a Santarém e hoje já está em Belém para outro discursório com linguagem otimista, não pode ser ingênuo, tais técnicos sabem o que fazem e o que dizem. Em questão de defesa do meio ambiente, o governo federal mente ao povo fazendo algumas ações paliativas, o quanto o que interessa é o crescimento econômico, o PAC 1 e 2 à custa da Amazônia.

(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)

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