Marcelo Leandro Ribeiro (*)
Nasceu o Filho do Ovo
“Nasceu o filho do ovo
Vai ser galo de terreiro
Ou frango assado no almoço
Nasceu o filho mais moço
Quando o frango fica fraco
Retorna a gema do ovo”
Sergio Sampaio – O filho do ovo)
Depois de uma histriônica disputa de bastidores, em que desconhecemos os termos, senão o seu desfecho, o ministro Orlando Silva, conhecido por ter nome de cantor e gostar de tapioca, permanecerá no cargo. Vendedor de sonhos, pois nada de concreto fez além dos lobbies para trazer a Copa e as Olímpiadas para o Brasil, o ministro passará para a história como o agregado ministerial mais inconveniente que já existiu.
Incapaz de perceber que ninguém o quer, Orlando aprendeu com seus amigos aquilo de mais ruim que ele poderia absorver: de Ricardo Teixeira assimilou o apreço pelo continuismo; de Andres Sanches, o desrespeito aos seus pares.
Sua permanência mostra também que o PC do B está em suas mãos: o criador dobra-se perante a macambúzia criatura. Mas Copa do Mundo não é congresso da UNE. E a política de esportes do Brasil não pode se resumir a sediar eventos internacionais, dos quais –inevitavelmente- seremos meros coadjuvantes.
Nos parece que satisfeita a sua vontade, Orlando agora caminha pra desgastar a Autoridade Pública Olimpica, criada exatamente por ele em associação ao presidente Lula. A APO agora lhe parece desnecessária, ou seria temerária? Se for o PC do B a emplacar o nome da APO com certeza o partido apoiará a sua formatação e criação, pois teria uma série de cargos em comissão e destacaria mais um de seus pseudo quadros para a função de mestre de cerimônias de luxo dos eventos esportivos que estão por vir.
Contudo, se alguém quiser se apoderar da APO, antevendo a mega exposição que o cargo pode prover, podem ter certeza que o PC do B vai querer enterrá-lo a base de suas foices e martelos.
Se eu fosse Dilma teria duas opções para a APO: um nome do meio esportivo e outro do meio político: o grande Sócrates serviria bem se a idéia for ter alguém com aceitação ou desenvoltura no meio esportivo e externamente a este; ou Michel Temer, caso a intenção seja botar freios na ânsia de poder e recursos de Orlando.
Resta saber o que será de Orlando ao fim desse processo, se galo de terreiro ou frango assado no almoço.
(*) É especialista em Biossegurança, foi dirigente estudantil e assessor parlamentar, não gosta de tapioca e não pratica esporte . Direto do Blog do José Cruz
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