Padre Edilberto Sena (*)
No caso da madeira apreendida pelo Ibama e acumulada no pátio do órgão em Santarém, acusada agora é a Justiça Federal. Há muito tempo moradores do bairro do Laguinho reclamam dos prejuízos causados por centenas de toras de madeira acumulada num quarteirão inteiro da cidade. Ratos, baratas, esconderijo de mal feitores, além de tanta madeira envelhecendo e umas toras já apodrecendo sem solução.
Quando alguma entidade solicita alguma tora para beneficiar e utilizar em construções, funcionário do Ibama alega que não pode doar porque ainda não foi cumprido o processo judicial, se as toras foram apreendidas é porque estavam sendo roubadas ilegais. Mas o juiz precisa confirmar ou não, o crime e no caso de condenação, destinar a madeira para alguma utilidade não comercial.
O juiz federal, provavelmente nunca foi olhar o acúmulo de toras dentro de um populoso bairro da cidade, como também não tem pressa em fazer o julgamento. Certamente com outros processos em mãos, adia o julgamento das apreensões de madeira, sem se preocupar com os prejuízos que causa a quem não tem nada a ver com a coisa, mas sofre as conseqüências.
Como a ilegalidade na extração de madeira na região tem aumentado, os crimes também aumentam e o Ibama mesmo ineficiente, consegue apreender de vez em quando, um caminhão ou balsa carregados de toras de madeira, que logo são jogadas no pátio do órgão. A lentidão da justiça federal está prejudicando os moradores do bairro que começam a se indignar. Não é justo que uma comunidade inteira sofra por causa de erros de uns poucos e a lentidão da justiça. Caso um incidente maior venha a ocorrer, quem será responsabilizado?
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém (PA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário