quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dilma estuda juntar portos e aeroportos

Jornal A Tribuna

A presidente eleita, Dilma Rousseff, negocia a criação do "ministério do caos", aglutinando os portos e os aeroportos do País. Os atuais ministro dos Portos, Pedro Brito, e presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, concorrem ao comando da nova pasta.
 
Fontes consultadas por A Tribuna dão como certa a disputa pelo ministério que Dil- ma pretende criar. Atualmente, os portos são gerenciados pela Secretaria de Portos (SEP), ligada diretamente à Presidência da República. A pasta é chefiada por Brito, homem de confiança do ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB). Os aeroportos são comandados pela Infraero, atrelada ao Ministério da Defesa, do PMDB.

A sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já conversou com os dois candidatos. O encontro com ambos ocorreu no último dia 23, separadamente, em Brasília.

Não é de hoje que Dilma considera portos e aeroportos a parte mais vulnerável da infraestrutura de transportes do País. Por isso a futura pasta já é chamada de "ministério do caos". Como ministra da Casa Civil, cargo que ocupou antes de ser eleita presidente, ela criticou duramente e por inúmeras vezes os problemas dos dois setores.

A preocupação da ex-ministra é ainda maior em relação à capacidade de atendimento e a proximidade com a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, ambas no Brasil, asseguram as fontes. Os aeroportos receberão R$ 5,6 bilhões e os portos, R$ 700 milhões, nos próximos anos, só para os dois eventos.


Diante de tanta importância, Dilma quer um superministro para o cargo. Ainda segundo as fontes, o economista Pedro Brito é uma aposta pessoal da presidente, que avalia como positiva a gestão dele à frente dos portos. Brito conseguiu dar uma sobrevida aos complexos de carga após investimentos, principalmente em dragagem.

Pessoas próximas ao atual ministro dos Portos revelaram que, após a conversa com Dilma, ele se mostrou animado com o futuro do setor e, inclusive, teria tranquilizado sua equipe sobre a permanência no novo governo.

As chances de Brito são altas, mas dependem também de conjecturas políticas. Caso Ciro Gomes seja alçado ao Ministério da Integração Nacional, provavelmente a nova pasta será negociada com outro partido.

É aí que aumentam as chances de Henrique Meirelles, que não tem o apoio de Dilma, especialmente após o presidente do Banco Central ter dito que só permaneceria no Governo caso tivesse autonomia sobre a atuação da instituição financeira. Por outro lado, pesa a seu favor um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o aproveitamento de Meirelles no Governo e a pressão do PMDB, do qual ele é filiado.

Também após o encontro, o presidente do Banco Central explicou que o desentendimento com a ex-ministra, pela imprensa, foi resolvido e, inclusive,ela o convidoua participar do novo governo, embora tenha dito que não houve proposta por qualquer área.

Independentemente da escolha que Dilma fará, também é dado como certo o débito da indicação da cota dos partidos, seja o PSB ou o PMDB


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