Escolas abrem os olhos para o chinês
Folha da Tarde - São Paulo
O ensino do mandarim, língua oficial da China, está em alta. E não só nas escolas de idiomas, mas também nas instituições de ensino regular de São Paulo, como a Escola Cidade Jardim PlayPen, o Colégio Sidarta, o Mater Dei e o Humboldt. Para 2011, a disciplina será oferecida também pelo Porto Seguro e o Vértice já está ouvindo as famílias dos alunos para decidir se também adere à novidade.
A principal justificativa para acrescentar o idioma às grades curriculares é a importância crescente da China no cenário econômico mundial e a tendência de se exigir dos profissionais que entram no mercado de trabalho – principalmente no mundo dos negócios – que saibam se comunicar com os chineses.
“Neste mundo globalizado, nós sabemos que o diferencial do profissional vai ser o domínio de línguas, por isso priorizamos uma formação plurilinguística”, afirma Sônia Bittencourt, coordenadora pedagógica do Porto Seguro, que tem uma unidade no Morumbi e outra no Panamby.
Lá, o inglês, o alemão e o espanhol já são disciplinas obrigatórias e o mandarim entrará como atividade extracurricular a partir do 6º até o 9º ano, só para os estudantes que se interessarem.
Sônia conta que alguns alunos do colégio já fazem aulas de mandarim fora da escola. “Temos um aluno bem pequeno, do quinto ano, que já estuda mandarim há algum tempo. Ele diz: ‘Meu pai falou que o chinês é a língua do futuro e eu tenho que aprender se quiser ser bem-sucedido’”.
Para a coordenadora, os pais passam essa responsabilidade muito cedo para as crianças. “Às vezes, cedo demais. É até uma neurose, os pequenos ainda têm muito o que brincar”.
O Colégio Sidarta, que fica na Granja Viana, tem o mandarim como disciplina desde 1998, antes mesmo de começar a se falar na explosão econômica chinesa. “A escola sempre teve dois focos: além da questão do mercado chinês, de que se fala muito, também consideramos que o aprendizado do mandarim estimula o lado direito do cérebro por ter uma escrita pictórica”, afirma a vice-diretora da instituição, Maria Aparecida Schleier.
No Sidarta, o idioma é matéria obrigatória desde o ensino infantil até o ensino médio. Além da parte linguística, o colégio também ensina noções da cultura chinesa. “Para se ter trânsito em um país estrangeiro, a pessoa tem que saber a língua, mas também tem de ter conceitos básicos sobre a cultura local”, diz.
Ela conta que, para tornar o ensino do mandarim mais agradável para as crianças pequenas, a escola utiliza de recursos alternativos, como ensinar sobre a culinária e sobre as festas chinesas.
O diretor do Colégio Vértice, Adilson Garcia, conta que está preparando uma pesquisa com os pais dos alunos para saber qual é o interesse pela inclusão do mandarim na escola. Se houver uma boa aceitação, a disciplina será lecionada pelos professores da Chinbra – Centro de Língua e Cultura Chinesa. O esquema será o mesmo adotado para o ensino do alemão, para o qual há um convênio com o Instituto Goethe.
“Ter o idioma dentro da escola facilita muito para a família. Além disso, as aulas de idiomas seguem as mesmas regras da escola e exige a mesma disciplina dos alunos, isso forma um ambiente que é propício ao ensino”, diz.
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