José Cruz (*)
O Portal da Transparência, órgão da Controladoria Geral da União, registra as despesas do governo. Nele, pode-se observar como é frágil – ou inexistente – a estrutura técnica do Ministério do Esporte e da máquina pública, como um todo.
E qual a segurança para fazer a crítica?
Pois o Portal da Transparência registra que somente neste ano de 2010 o Ministério do Esporte Gastou R$ 5.620.000,00 com “assessorias” da Fundação Getúlio Vargas.
Consegui abrir, em parte, dois desses contratos. Os demais estão inacessíveis. Isso que o Portal é de “transparência...”
1 - Pagamento: R$ 800.000,00
Justificativa: “Referente à terceira parcela de prestação de serviços técnicos no âmbito de apoiar na mensuração socioeconômica e financeira do futebol profissional brasileiro”.
2 –Pagamento: R$ 700.000,00
Justificativa: “Referente à primeira parcela do contrato 43/2010, visando a prestação de serviços técnicos no âmbito de apoio ao planejamento orçamentário e a implantação do sistema nacional de controle de acesso e monitoramento de torcedores em estádios de futebol”.
Entenderam? Até para o Ministério mandar instalar sistema de monitoramento – que não é da sua competência – em estádio de futebol a FGV tem que prestar assessoria.
Com esse dinheiro não seria melhor e eficiente contratar técnicos que, como funcionários, atendessem a todas as necessidades do Ministério?
Surpresa
Continuei a viagem pelo Portal da Transparência e observei que além do Ministério do Esporte toda a Esplanada dos Ministérios é cliente da Fundação Getúlio Vargas: Saúde, Educação, Meio Ambiente, Cultura, Minas e Energia, Fazenda, Defesa, Cidades, Agricultura, enfim.
Resultado: só este ano a FGV recebeu R$ 26.973.240,00 por assessorias ao Governo Federal.
Ou seja, a máquina pública do governo é inútil, não serve para nada.
(*) Jornalista e que cobre há mais de 20 anos os bastidores da política e economia do esporte, acompanhando a execução orçamentária do governo, a produção de leis e o uso de verbas estatais na área.
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