Sabiá |
Em 2002, o então presidente Fernando Henrique Cardoso, instituiu por meio de decreto, as comemorações do Dia da Ave.
A data, 5 de outubro, deve ter cunho educativo, e o Sabiá passou a ser considerado a Ave Nacional do Brasil. De acordo com o analista ambiental do CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres), unidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Elivan Arantes de Souza, esta escolha foi controversa.
A comunidade ornitológica defendia que a Ararajuba deveria ser o símbolo das aves brasileiras por ser uma espécie rara, ameaçada, possuir as cores da bandeira brasileira (verde e amarelo) e pertence à família das Araras e Papagaios, aves que, segundo Souza, representam bem o país. Entretanto, o professor Johan Dalgas Frish, pioneiro na gravação do canto de aves da América do Sul, que editou um total de 18 discos de canto das aves, conseguiu emplacar o Sabiá como ave símbolo do Brasil.
Atualmente, há cerca de 10.000 espécies de aves no mundo.
A América do Sul abriga a maior diversidade, 2.700 espécies residentes e 300 migrantes.
O Brasil é o terceiro país em diversidade, ficando atrás da Colômbia e do Peru e abrigando aproximadamente 1.800 espécies, sendo 143 migratórias.
O controle biológico de pragas, ciclagem de matéria orgânica, polinização de flores e disseminação das sementes são algumas das ações que tornam as aves essenciais para o equilíbrio do ecossistema. Além disso, elas podem ser fonte de alimento, fornecer adubo orgânico e penas. A pesq uisa biomédica também pode se beneficiar das aves, utilizando-as na produção de vacinas e como cobaias para testar novas drogas.
Entretanto, muitas espécies estão ameaçadas. Elivan Souza destaca a perda de habitat, a caça e o tráfico como as principais ameaças às aves brasileiras. Ele explica que o desmatamento e a construção de grandes obras em ambientes frágeis acabam diminuindo as áreas de alimentação e reprodução dos animais, além de expô-las aos predadores.
Espécies como a Ararinha-azul (já extinta na natureza) e o Curió são vítimas da caça e do tráfico, conforme o analista ambiental.
O IBAMA, em parceria com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, executa ações que visam coibir o tráfico, como a criação da Polícia Militar Ambiental em todos os estados brasileiros e o controle de unidades de conservação, que além de patrimônio do Brasil, são áreas selvagens guardiãs de espécies ameaçadas e visadas pelo tráfico. “Posso citar como exemplo a estruturação da Estação Ecológica do Raso da Catarina (BA), que juntamente com outras medidas, contribuiu para a diminuição sensível do trafico de Arara Azul de Leari”, finaliza Elivan Arantes de Souza
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