De um dia para outro, os grãos de cacau que abarrotavam armazéns na Alemanha, Inglaterra e Holanda passaram para as mãos de um único homem: as do inglês Anthony Ward, um dos sócios da Armajaro Holdings Ldt.
Na operação finalizada há um mês, Ward usou várias corretoras e bancos de investimento para arrematar todo o cacau da Europa - equivalente a 7% da produção mundial -, o suficiente, estima-se, para produzir 5 bilhões de barras de chocolate.
No turbilhão da transação de US$ 1 bilhão, muita gente acusou o megainvestidor de causar o vazio nos estoques unicamente para forçar a alta dos preços. Como a próxima colheita de cacau no hemisfério norte começa em setembro (e estende-se até outubro), quem precisar de matéria-prima agora na Europa terá de negociar com a Armajaro.
Em meio a acusações de especulação, há também quem acredite que a compra foi feita para honrar contratos já firmados.
"Não sabemos exatamente qual é a posição da Armajaro. Mas é bem provável que eles já tenham vendido grande parte desse cacau. Também é bem possível que essa operação tenha gerado um grande lucro. Mesmo se o preço diminuir agora, isso não quer dizer que eles vão perder dinheiro", diz o francês Laurent Peptone, executivo da International Cocoa Organization (ICCO), em entrevista por telefone. A ICCO é uma organização que reúne países produtores e consumidores de cacau e tem sede em Londres.
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