Morre um gigante.
Um gigante que foi se enfraquecendo ao longo do tempo e não agüentou. Não resistiu.
Hoje foi montada a última edição impressa do Jornal do Brasil, o JB do Rio de Janeiro,
Mesmo não sendo carioca, mas tendo morado no Rio de Janeiro, era infalível, principalmente nos finais de semana, adquirir o JB e caminhar pelo calçadão e entre as centenas de praças, poder desfrutar de todas as suas noticias. Foi assim que eu o conheci, e tendo se tornado o primeiro jornal on-line desde 1995, já na era da Internet podia acompanhá-lo.
Mirian Leitão escreveu "Mas hoje é um dia triste para a imprensa brasileira. O Jornal do Brasil, um dos mais tradicionais do país, deixa de circular na versão impressa. Agora ele só poderá ser lido na internet.
Com certeza acompanhou a história republicana brasileira, pois foi fundado em 1891.
Teve momentos históricos principalmente no período da ditadura onde tudo era censurado pelo governo militar. Teve a famosa foto do Presidente Costa e Silva caindo para frente. Dia da publicação do AI-5. Era uma forma de protestar. Ele realmente deixou o governo logo depois. Neste dia, 13 de dezembro de 1968, o editorial do JB foi censurado. Então puseram uma foto de um garoto pequeno lutando contra um adulto muito maior no lugar do texto.
Eles usavam qualquer coisa para protestar. Até a previsão do tempo, que uma vez vinha com o seguinte texto: Clima irrespirável em Brasília. Sujeito a nuvens e trovoadas.
Há uma capa histórica. A censura proibiu fotos no dia da morte do presidente do Chile, Salvador Allende. Então o JB não colocou foto alguma na primeira página, que veio toda só com texto.
Outro exemplo de inovação foi uma edição extra feita em algumas horas para noticiar a morte de Kennedy. Esta agilidade começou a ser copiada pelos outros jornais.
Grandes nomes trabalharam no JB. Joaquim Nabuco, Rui Barbosa (era o editor quando Floriano Peixoto mandou fechá-lo), Carlos Drummond de Andrade, Zózimo Barrozo do Amaral, que modernizou o colunismo social, João Saldanha, Armando Nogueira, Clarice Lispector, Alceu Amoroso Lima, Ziraldo, Fernando Sabino, Carlos Castello Branco, (grande colunista político) e mais recentemente, Márcio Guedes " e Mirian Leitão.
Uma pena. Mas questões financeiras levaram ao fechamento do JB.
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