segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Somos uma nação de idiotas?

Gilberto Dimenstein (*)

Para designar a pessoa que não se dispunha a participar ativamente da política, os gregos usavam a expressão "idiótes". Daí veio idiota. Esse é o mote do livro "Política - Para não ser idiota", de Mário Sérgio Cortella e Renato Janine Ribeiro, lançado durante a Bienal. Por essa definição, somos uma nação de idiotas. A verdade é que cada vez menos as pessoas se interessam pela política, vista como coisa suja e desinteressante.

Vemos, porém, nosso grau de idiotice, no sentido grego, quando nos deparamos com a pesquisa que acaba de ser lançada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, cuja íntegra coloquei no http://www.catracalivre.com.br/.
Essa pesquisa mostra que o brasileiro, mesmo das grandes cidades, não sabe, nem remotamente, quanto pagamos de impostos. Não sabe mesmo quanto é descontado no contracheque. Nem muito menos, claro, o que sai embutido no preço dos produtos.
Pode parecer para muita gente que o dinheiro do governo cai dos céus direto para as mãos bondosas dos governantes. E isso acaba dando espaço para uma série de manipulações, que fazem do cidadão parecer mesmo um idiota.

Se todos soubessem e se lembrassem pelo menos uma vez por semana que trabalhamos quatro meses e 15 dias só para pagar impostos, ficaríamos menos idiotas.

(*) Membro do Conselho Editorial da Folha de São Paulo.

Um comentário:

  1. É muito imposto. Onde será que vai parar?

    Excelente artigo.

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