Anos de inação governamental – melhor dizendo, décadas – na área dos transportes terrestres começam a apresentar seus tristes resultados e a cobrar de todos os brasileiros sua parte no prejuízo nacional.
Enquanto pelas estradas cada caminhão com soja perde cerca de 60 quilos da mercadoria, entre a fazenda e o porto, o custo do agronegócio se eleva em 147% em seis anos (de 2003 a 2009), segundo as informações recém divulgadas pela Associação Nacional dos exportadores de Cereais (Anec).
Não é de hoje que toda a imprensa e os agentes produtivos deste país alertam para os problemas no setor. Problemas para os quais o tempo, em vez de melhor remédio, é pior veneno, só agrava a situação.
Os números que fazem do Brasil um país “medíocre” em transportes, nas palavras de Antonio Wroblieski Filho (sócio da SWRO Participações e Logística) são claros.
A produção de soja avança pelas fronteiras agrícolas do Oeste, e as redes de transporte (rodovias, ferrovias, hidrovias) deveriam acompanhar esse desenvolvimento, o que não ocorreu. Mais grave: foram se deteriorando em todo o país.
Como resultado da falta de planejamento e de obras, Mato Grosso exporta 80% da produção pelos portos entre Vitória e S. Francisco do Sul, inclusive, quando o caminho natural para chegar aos consumidores do Hemisfério Norte seria... pelo Norte!
Do principal pólo produtor sul-matogrossense, a cidade de Sorriso, até Santos, são 2.100 km. Por limitações da capacidade da ferrovia, 70% da safra é movimentada por caminhões, a um custo de R$ 230,00 a tonelada de soja.
Produtores mais próximos dos portos, como os gaúchos, catarinenses, paranaenses e paulistas, têm custo de R$ 55 a R$ 70 a tonelada, resultando assim numa média nacional de R$ 135,6 por tonelada.
Ora, nos Estados Unidos, a média é de R$ 31,18.
Na Argentina, R$ 34,64.
Como não dá para transferir essa diferença aos consumidores estrangeiros, adivinhe o leitor quem paga a conta?...
Objetivamente: podemos ao menos contar que em 2012 esteja enfim pavimentada a BR-163 Cuiabá-Santarém?
Nota do Blog: Pelo menos dessa vêz entendo que não há retrocesso. Agora a estrada sai para desespero de alguns mas, para alegria de muitos. Toda essa diferença de frete devido ao trabalho dos ecos-chatos da vida que perambulam por essa região, quem paga a conta somos nós, aqueles que trabalham e precisam comer e quando vão ao supermercado pagam essa diferença de frete porque não se consegue repassar para o consumidor estrangeiro, haja visto não sermos os únicos fornecedores. Há muitos e muitos anos a conta é paga pelo consumidor brasileiro enquanto os eco-chatos na maioria sem emprego fixo, ganham dinheiro daqueles que exatamente não querem concorrência mais barata. Demora mais um pouco, mas eles vão ter que engolir.
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