Cidadãos de Munique dizem “não” aos Jogos Olímpicos
Jamil Chade (*) para o Estado de São Paulo
Munique não sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. O problema não foi a falta de dinheiro, falta de tradição nos esportes e nem a falta de infraestrutura. O motivo foi o “não” da população ao projeto cujo valor era incerto e que, no final das contas, quem pagaria seriam os contribuintes. Numa votação realizada no final de semana, os habitantes de uma das cidades mais ricas da Europa foram às urnas votar se queriam ou não o evento. A decisão foi de rejeitar o projeto, numa atitude que está tendo um forte impacto e começa a ser considerada como um exemplo a ser seguido em outros países democráticos.
Em diversas partes do mundo as autoridades, políticos e cartolas insistem que Jogos Olímpicos e Copa do Mundo são eventos que todos adorariam ter em suas cidades. Mas a realidade é que poucos tem a coragem de submeter esses projetos aos eleitores.
Em Munique, o resultado apontou para uma vitória do não com mais de 52% da população rejeitando a ideia. Ludwig Hartman, deputado do Partido Verde e líder do grupo que se opunha ao projeto, o voto não foi um sinal “contra o esporte”. “O voto foi um sinal contra a não-transparência, a cobiça e os lucros do COI”, insistiu.
Para as federações que queriam o evento, o “não” significará que a Alemanha por anos não terá um grande evento esportivo internacional e vem justamente no ano que um alemão, Thomas Bach, se transforma no novo presidente do COI.
Até a próxima quinta-feira, cidades interessadas em sediar o evento teriam de apresentar suas candidaturas. Sem a candidatura alemã no páreo, as favoritas são Oslo, Lviv (Ucrânia) e Pequim.
A iniciativa de Munique começa a ganhar espaço. Populações em diversas partes da Europa acompanharam de perto o voto, justamente como exemplo do que poderão exigir da próxima vez que Paris, Roma ou Madri tentem sediar grandes eventos.
Em um editorial, o Financial Times também elogiou a votação e apontou que a medalha de ouro já tem dono: Munique e sua iniciativa de consultar a população que, certamente, seria quem pagaria pelo evento.
Imagina na Copa…
(*) Bacharel em Relações Internacionais pela PUC-SP e Mestre em Política Internacional pelo Instituto de Altos Estudos de Genebra
Jamil Chade (*) para o Estado de São Paulo
Munique não sediará os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. O problema não foi a falta de dinheiro, falta de tradição nos esportes e nem a falta de infraestrutura. O motivo foi o “não” da população ao projeto cujo valor era incerto e que, no final das contas, quem pagaria seriam os contribuintes. Numa votação realizada no final de semana, os habitantes de uma das cidades mais ricas da Europa foram às urnas votar se queriam ou não o evento. A decisão foi de rejeitar o projeto, numa atitude que está tendo um forte impacto e começa a ser considerada como um exemplo a ser seguido em outros países democráticos.
Em diversas partes do mundo as autoridades, políticos e cartolas insistem que Jogos Olímpicos e Copa do Mundo são eventos que todos adorariam ter em suas cidades. Mas a realidade é que poucos tem a coragem de submeter esses projetos aos eleitores.
Em Munique, o resultado apontou para uma vitória do não com mais de 52% da população rejeitando a ideia. Ludwig Hartman, deputado do Partido Verde e líder do grupo que se opunha ao projeto, o voto não foi um sinal “contra o esporte”. “O voto foi um sinal contra a não-transparência, a cobiça e os lucros do COI”, insistiu.
Para as federações que queriam o evento, o “não” significará que a Alemanha por anos não terá um grande evento esportivo internacional e vem justamente no ano que um alemão, Thomas Bach, se transforma no novo presidente do COI.
Até a próxima quinta-feira, cidades interessadas em sediar o evento teriam de apresentar suas candidaturas. Sem a candidatura alemã no páreo, as favoritas são Oslo, Lviv (Ucrânia) e Pequim.
A iniciativa de Munique começa a ganhar espaço. Populações em diversas partes da Europa acompanharam de perto o voto, justamente como exemplo do que poderão exigir da próxima vez que Paris, Roma ou Madri tentem sediar grandes eventos.
Em um editorial, o Financial Times também elogiou a votação e apontou que a medalha de ouro já tem dono: Munique e sua iniciativa de consultar a população que, certamente, seria quem pagaria pelo evento.
Imagina na Copa…
(*) Bacharel em Relações Internacionais pela PUC-SP e Mestre em Política Internacional pelo Instituto de Altos Estudos de Genebra
Nenhum comentário:
Postar um comentário