Revista Exame
Com pouco mais de 8.000 habitantes e cercada de plantações de milho até onde a vista alcança, a cidadezinha de Blair, no estado do Nebraska, é um daqueles fenômenos que ajudam a entender como os Estados Unidos se transformaram na maior potência agrícola do mundo. O solo é fértil, o clima ajuda e, sobretudo, a “agricultura familiar” da região nada tem a ver com seu equivalente romântico e anacrônico que ainda habita certas cabeças no Brasil - o investimento em tecnologia dos agricultores do cinturão do milho, como esse pedaço do Meio-Oeste americano é chamado, faz com que sua produtividade média seja duas vezes maior que a brasileira.
Mas talvez o maior símbolo da força agrícola americana em Blair não seja o dourado do milho nas fazendas, mas a fábrica para onde é levada essa produção toda. A cidade abriga um dos maiores centros de processamento de grãos do mundo, um complexo que custou o equivalente a 2,5 bilhões de reais para ser erguido, abriga seis linhas de trem e transforma 2,5 milhões de toneladas de milho por ano - são 180 000 caminhões e quase 30 000 vagões lotados de grãos a cada doze meses.
Ali, o milho de Blair se transforma em dezenas de produtos, de ração animal a etanol. É uma demonstração da pujança do cinturão do milho. Mas é, também, uma pequena amostra do papel da empresa mais poderosa do agronegócio no mundo - a americana Cargill.
A empresa foi fundada em 1865 por três irmãos que queriam ganhar dinheiro armazenando a produção de grãos do Meio-Oeste - justamente quando a região começava a cultivar milho.
Hoje, a Cargill é, disparado, a maior empresa de alimentos do mundo. Seu faturamento, de 137 bilhões de dólares, é 30% maior que o da suíça Nestlé e 50% superior ao de sua principal concorrente, a também americana ADM. A brasileira Vale, por exemplo, tem um terço do tamanho da Cargill. Com 1 400 fábricas em 67 países, seus tentáculos se espalham por todos os cantos da indústria mundial de alimentos.
A Cargill não tem fazendas, não planta nada, vende muito pouco diretamente ao consumidor - no Brasil, é dona de marcas conhecidas, como os óleos Liza e os molhos Pomarola, mas isso é uma exceção. A empresa se tornou o gigante que é operando fora dos olhos do público. Uma de suas principais atividades ainda é comprar, armazenar e revender commodities agrícolas como soja, milho, trigo e basicamente todas as outras.
No último ano, transportou 185 milhões de toneladas de grãos, um volume equivalente ao da safra brasileira (a Cargill é, aliás, a segunda maior exportadora de soja do país).
A empresa também processa e fabrica adoçantes, chocolates, óleos, rações para animais e álcool combustível – além de corantes e substâncias usadas para conservar iogurtes, pães, cervejas e refrigerantes. Seus ingredientes estão nos sanduíches do McDonald’s, nos refrigerantes da Coca-Cola, na comida de cachorro da Nestlé, nos sorvetes da Unilever.
Com pouco mais de 8.000 habitantes e cercada de plantações de milho até onde a vista alcança, a cidadezinha de Blair, no estado do Nebraska, é um daqueles fenômenos que ajudam a entender como os Estados Unidos se transformaram na maior potência agrícola do mundo. O solo é fértil, o clima ajuda e, sobretudo, a “agricultura familiar” da região nada tem a ver com seu equivalente romântico e anacrônico que ainda habita certas cabeças no Brasil - o investimento em tecnologia dos agricultores do cinturão do milho, como esse pedaço do Meio-Oeste americano é chamado, faz com que sua produtividade média seja duas vezes maior que a brasileira.
Mas talvez o maior símbolo da força agrícola americana em Blair não seja o dourado do milho nas fazendas, mas a fábrica para onde é levada essa produção toda. A cidade abriga um dos maiores centros de processamento de grãos do mundo, um complexo que custou o equivalente a 2,5 bilhões de reais para ser erguido, abriga seis linhas de trem e transforma 2,5 milhões de toneladas de milho por ano - são 180 000 caminhões e quase 30 000 vagões lotados de grãos a cada doze meses.
Ali, o milho de Blair se transforma em dezenas de produtos, de ração animal a etanol. É uma demonstração da pujança do cinturão do milho. Mas é, também, uma pequena amostra do papel da empresa mais poderosa do agronegócio no mundo - a americana Cargill.
A empresa foi fundada em 1865 por três irmãos que queriam ganhar dinheiro armazenando a produção de grãos do Meio-Oeste - justamente quando a região começava a cultivar milho.
Hoje, a Cargill é, disparado, a maior empresa de alimentos do mundo. Seu faturamento, de 137 bilhões de dólares, é 30% maior que o da suíça Nestlé e 50% superior ao de sua principal concorrente, a também americana ADM. A brasileira Vale, por exemplo, tem um terço do tamanho da Cargill. Com 1 400 fábricas em 67 países, seus tentáculos se espalham por todos os cantos da indústria mundial de alimentos.
A Cargill não tem fazendas, não planta nada, vende muito pouco diretamente ao consumidor - no Brasil, é dona de marcas conhecidas, como os óleos Liza e os molhos Pomarola, mas isso é uma exceção. A empresa se tornou o gigante que é operando fora dos olhos do público. Uma de suas principais atividades ainda é comprar, armazenar e revender commodities agrícolas como soja, milho, trigo e basicamente todas as outras.
No último ano, transportou 185 milhões de toneladas de grãos, um volume equivalente ao da safra brasileira (a Cargill é, aliás, a segunda maior exportadora de soja do país).
A empresa também processa e fabrica adoçantes, chocolates, óleos, rações para animais e álcool combustível – além de corantes e substâncias usadas para conservar iogurtes, pães, cervejas e refrigerantes. Seus ingredientes estão nos sanduíches do McDonald’s, nos refrigerantes da Coca-Cola, na comida de cachorro da Nestlé, nos sorvetes da Unilever.
Orgulho de ter trabalhado por tantos anos nesta empresa. Show! Fabio Marin
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