Vai faltar vinho no mundo, diz relatório; déficit é de 3,6 bi de garrafas
UOL
O mundo está prestes a vivenciar uma escassez global de vinho. A avaliação alarmante foi divulgada na semana passada por pesquisadores da Morgan Stanley Research.
De acordo com relatório da instituição, já em 2012, a oferta mundial de vinho não superou a demanda. Houve uma sub-oferta de aproximadamente 300 milhões de caixas da bebida -- ou 3,6 bilhões de garrafas--, que deveriam ter sido produzidas a mais para suprir a ânsia do mercado. Foi o maior déficit dos últimos 40 anos.
Segundo o Morgan Stanley, o pico da produção mundial foi alcançado em 2004, com a oferta superando a demanda em 600 milhões de caixas.
Desde então, o fornecimento vem caindo. Só na Europa, responsável por cerca de metade do vinho consumido no mundo, a queda registrada na produção desde 2004 foi de 25%, e de 10% só no ano passado.
Para os pesquisadores, entre as principais causas da diminuição da produção estão a ocorrência de condições climáticas desfavoráveis no continente europeu e a prática de alguns produtores de destruir parte das vinícolas para evitar superprodução e achatamento de preços.
Na contramão da queda de fornecimento, tem aumentado o consumo mundial da bebida, impulsionado principalmente por Estados Unidos, China e Rússia.
Os EUA, inclusive, são considerados hoje o segundo maior consumidor mundial de vinho, atrás apenas da França. Já a China aparece em quinto lugar no ranking global de bebedores.
Em curto prazo, a consequência da diminuição de produção e aumento do consumo, segundo o relatório, será a redução dos estoques, com uma maior saída de vinhos de safras antigas. Para especialista, é errado avaliar a situação do vinho como crítica
Para estudiosos do setor, a análise do Morgan Stanley, porém, é considerada especulativa e irreal.
Michele Fino, professor de Direito Romano da Universidade dos Estudantes de Ciência Gastronômica de Pollenzo, diz que é errado atribuir uma classificação de "estado crítico" para bens de consumo como o vinho.
"O vinho não é um elemento essencial à vida, como o grão e o cereal. Por isso, aplicar a lógica do grão para falar de vinho é errado. O vinho é um produto hedonístico [relacionado à busca por prazer], que tem uma grande tradição e um grande valor cultural", disse.
Segundo o especialista em gastronomia, graças a esses valores, sempre deverá haver espaço no mercado mundial para o vinho. "Mas ele não se tornará um bem necessário. Isso é impossível. Vive-se sem vinho, e vive-se inclusive bem. Nós acreditamos apenas que se vive melhor com um pouco de vinho."
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O mundo está prestes a vivenciar uma escassez global de vinho. A avaliação alarmante foi divulgada na semana passada por pesquisadores da Morgan Stanley Research.
De acordo com relatório da instituição, já em 2012, a oferta mundial de vinho não superou a demanda. Houve uma sub-oferta de aproximadamente 300 milhões de caixas da bebida -- ou 3,6 bilhões de garrafas--, que deveriam ter sido produzidas a mais para suprir a ânsia do mercado. Foi o maior déficit dos últimos 40 anos.
Segundo o Morgan Stanley, o pico da produção mundial foi alcançado em 2004, com a oferta superando a demanda em 600 milhões de caixas.
Desde então, o fornecimento vem caindo. Só na Europa, responsável por cerca de metade do vinho consumido no mundo, a queda registrada na produção desde 2004 foi de 25%, e de 10% só no ano passado.
Para os pesquisadores, entre as principais causas da diminuição da produção estão a ocorrência de condições climáticas desfavoráveis no continente europeu e a prática de alguns produtores de destruir parte das vinícolas para evitar superprodução e achatamento de preços.
Na contramão da queda de fornecimento, tem aumentado o consumo mundial da bebida, impulsionado principalmente por Estados Unidos, China e Rússia.
Os EUA, inclusive, são considerados hoje o segundo maior consumidor mundial de vinho, atrás apenas da França. Já a China aparece em quinto lugar no ranking global de bebedores.
Em curto prazo, a consequência da diminuição de produção e aumento do consumo, segundo o relatório, será a redução dos estoques, com uma maior saída de vinhos de safras antigas. Para especialista, é errado avaliar a situação do vinho como crítica
Para estudiosos do setor, a análise do Morgan Stanley, porém, é considerada especulativa e irreal.
Michele Fino, professor de Direito Romano da Universidade dos Estudantes de Ciência Gastronômica de Pollenzo, diz que é errado atribuir uma classificação de "estado crítico" para bens de consumo como o vinho.
"O vinho não é um elemento essencial à vida, como o grão e o cereal. Por isso, aplicar a lógica do grão para falar de vinho é errado. O vinho é um produto hedonístico [relacionado à busca por prazer], que tem uma grande tradição e um grande valor cultural", disse.
Segundo o especialista em gastronomia, graças a esses valores, sempre deverá haver espaço no mercado mundial para o vinho. "Mas ele não se tornará um bem necessário. Isso é impossível. Vive-se sem vinho, e vive-se inclusive bem. Nós acreditamos apenas que se vive melhor com um pouco de vinho."
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