Blog da Garoa para o Estadão
São Paulo entrou para a lista das 12 principais cidades culturais do mundo.
Encomendado pela prefeitura de Londres, o relatório mundial das cidades culturais (World Cities Culture Report) avalia 60 indicativos nas áreas da literatura, cinema, artes visuais, espetáculos, além de locais para games – este último item uma inovação na pesquisa.
E lá aparece a capital paulista, a única cidade sul-americana em destaque na lista que tem Nova York, Paris, Londres.
É importante que a cidade entre nesses documentos internacionais.
O País vive um ambiente de atração de muitos estrangeiros e de melhora nos indicadores de qualidade de vida dos nacionais.
Havia muitos anos que o Brasil andava com a estima baixa, “olhando para o chão”, como disse o poeta Chico Buarque.
Mas os tempos são outros.
O País é atração e São Paulo puxa em muito essa posição já há bastante tempo.
“A quantidade de eventos em grandes cidades é tal que os leitores, ouvintes e espectadores querem do jornalismo que os oriente, que os ajude a filtrar o que ver ou não ver”, escrevia em abril de 2009 o jornalista Daniel Piza, de saudosa memória, ao comentar o jornalismo cultural – que ele achava equivocado, “alinhado com a mentalidade publicitária, da “divulgação”.
O estudo da britânica BOP Consulting mostra bem que há uma grande massa demandando cultura sem que a cidade tenha avançado nessa direção na mesma proporção.
São Paulo tem 7 casas de shows, segundo o estudo, contra o dobro existente em Paris.
Todos sabemos que por aqui tudo lota fácil.
E que a exploração impera!
Os shows custam os olhos da cara. Um espetáculo como o de André Rieu, no Ibirapuera, tem ingressos no valor de um salário mínimo! A meia entrada custa R$ 300!
Ninguém hoje vai ao cinema acompanhado sem desembolsar coisa de R$ 100 no programa. Mesmo assim, São Paulo até que vai bem quando se olha o movimento dos ingressos de cinema: 50 milhões contra 58 milhões em Paris, por exemplo, segundo os dados do relatório.
No que se refere a teatros e museus, a distância é grande.
A cidade tem 116 teatros; Paris, 353.
No item bibliotecas, SP tem 116; Paris, 830.
E os visitantes de museus aqui são 2,1 milhões contra os 23,4 milhões da capital francesa.
É claro que São Paulo não tem nem idade para fazer frente às gigantes de patrimônio histórico europeias.
A vida nos últimos 100, 150 anos a fez um palimpsesto, na excelente definição do historiador Benedito Lima de Toledo, que constata a cidade se redesenhando sobre si mesma várias vezes, com todos os prejuízos de memória que essa prática promove.
Mas é interessante destacar que o relatório constata a existência de um amplo espaço para crescimento nos negócios culturais na cidade.
São Paulo, que já é referência da gastronomia mundial, tem de avançar forte sobre outra necessidade que grassa por aqui, a fome de cultura.
São Paulo entrou para a lista das 12 principais cidades culturais do mundo.
Encomendado pela prefeitura de Londres, o relatório mundial das cidades culturais (World Cities Culture Report) avalia 60 indicativos nas áreas da literatura, cinema, artes visuais, espetáculos, além de locais para games – este último item uma inovação na pesquisa.
E lá aparece a capital paulista, a única cidade sul-americana em destaque na lista que tem Nova York, Paris, Londres.
É importante que a cidade entre nesses documentos internacionais.
O País vive um ambiente de atração de muitos estrangeiros e de melhora nos indicadores de qualidade de vida dos nacionais.
Havia muitos anos que o Brasil andava com a estima baixa, “olhando para o chão”, como disse o poeta Chico Buarque.
Mas os tempos são outros.
O País é atração e São Paulo puxa em muito essa posição já há bastante tempo.
“A quantidade de eventos em grandes cidades é tal que os leitores, ouvintes e espectadores querem do jornalismo que os oriente, que os ajude a filtrar o que ver ou não ver”, escrevia em abril de 2009 o jornalista Daniel Piza, de saudosa memória, ao comentar o jornalismo cultural – que ele achava equivocado, “alinhado com a mentalidade publicitária, da “divulgação”.
O estudo da britânica BOP Consulting mostra bem que há uma grande massa demandando cultura sem que a cidade tenha avançado nessa direção na mesma proporção.
São Paulo tem 7 casas de shows, segundo o estudo, contra o dobro existente em Paris.
Todos sabemos que por aqui tudo lota fácil.
E que a exploração impera!
Os shows custam os olhos da cara. Um espetáculo como o de André Rieu, no Ibirapuera, tem ingressos no valor de um salário mínimo! A meia entrada custa R$ 300!
Ninguém hoje vai ao cinema acompanhado sem desembolsar coisa de R$ 100 no programa. Mesmo assim, São Paulo até que vai bem quando se olha o movimento dos ingressos de cinema: 50 milhões contra 58 milhões em Paris, por exemplo, segundo os dados do relatório.
No que se refere a teatros e museus, a distância é grande.
A cidade tem 116 teatros; Paris, 353.
No item bibliotecas, SP tem 116; Paris, 830.
E os visitantes de museus aqui são 2,1 milhões contra os 23,4 milhões da capital francesa.
É claro que São Paulo não tem nem idade para fazer frente às gigantes de patrimônio histórico europeias.
A vida nos últimos 100, 150 anos a fez um palimpsesto, na excelente definição do historiador Benedito Lima de Toledo, que constata a cidade se redesenhando sobre si mesma várias vezes, com todos os prejuízos de memória que essa prática promove.
Mas é interessante destacar que o relatório constata a existência de um amplo espaço para crescimento nos negócios culturais na cidade.
São Paulo, que já é referência da gastronomia mundial, tem de avançar forte sobre outra necessidade que grassa por aqui, a fome de cultura.
Excelente matéria !! Parabéns !!
ResponderExcluirAlexandre