Opinião do Estadão
Com o maior parque industrial da América Latina e um dos maiores do Hemisfério Sul, o Brasil tem no agronegócio o setor mais dinâmico de sua economia e o principal fator de segurança de suas contas externas. O vigor dessa atividade explica a liderança do Centro-Oeste no crescimento econômico nacional, com expansão de 5,9% nos 12 meses terminados em maio, de acordo com o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), calculado mensalmente. Mas convém examinar mais que um dado conjuntural para avaliar a importância dos negócios ligados à agropecuária, a principal fonte de prosperidade em amplas áreas do Brasil.
O amplo conjunto formado pela agropecuária e pela agroindústria começou a destacar-se nos anos 80 - a década perdida. Dívida externa, inflação elevada e enormes desequilíbrios macroeconômicos tornaram aquele período um dos mais duros da história republicana. No meio da crise, no entanto, um setor manteve um notável padrão de crescimento e de transformação. A produção rural havia aumentado com regularidade, graças a alguns acertos e apesar de muitos erros cometidos pelo governo - os mais grotescos, sem dúvida, por meio do controle de preços no Plano Cruzado, em 1986-87.
A crise prolongada interrompeu os programas de investimento e de modernização da indústria iniciados na década anterior, mas a agropecuária venceu os obstáculos, impulsionada pelas oportunidades abertas no Cerrado, pela mudança tecnológica favorecida pelo trabalho da Embrapa e de outras instituições de pesquisa e pelo empenho de empreendedores dispostos a buscar mercados no exterior.
A transformação mais veloz foi a das produções destinadas à exportação, mas acabou contaminando os demais segmentos da agropecuária. Uma das consequências mais notáveis foi a alteração dos preços relativos, com o barateamento da comida. Já no começo dos anos 90 os técnicos responsáveis pelos principais índices de inflação mudaram a composição de seus cálculos, para reduzir o peso da alimentação no orçamento familiar.
A maior parte da agropecuária estava preparada para competir em todos os mercados e, portanto, para enfrentar a abertura da economia no começo dos anos 90. A lavoura mais abalada foi a do algodão, até porque o mercado nacional foi inundado por produto subsidiado. Mas o segmento se recuperou e as lavouras foram modernizadas.
Também a indústria se modernizou, com a adoção de novos processos produtivos, novas tecnologias e estratégias mais adequadas à competição global. Mas a produtividade geral do País continuou baixa. Completado o primeiro ciclo de reformas da era do real, no começo deste século, as inovações de grande alcance foram interrompidas. Milhões de consumidores entraram no mercado, mas pouco se fez para ampliar a capacidade de oferta da indústria, prejudicada por custos institucionais e outros fatores de ineficiência.
O agronegócio, também afetado pelas más condições da infraestrutura e por outras desvantagens brasileiras, continuou competitivo graças a novos investimentos e à eficiência acumulada num longo período. Neste ano, até julho, o valor exportado pelo setor, US$ 53,7 bilhões, foi 4,1% maior que o de um ano antes, enquanto a receita comercial da maior parte da indústria diminuiu. Nesse período, as vendas da agroindústria garantiram 41,1% do total faturado no comércio exterior. O saldo comercial do setor, US$ 44,5 bilhões, foi mais que o quádruplo do superávit geral da balança de mercadorias, US$ 9,9 bilhões.
O saldo comercial do agronegócio cresceu 574,1% entre 1992 e 2011 e continuou positivo mesmo entre 1995 e 2000, quando o conjunto do comércio foi deficitário. O total exportado aumentou 615,3% naquele período, mas com participação decrescente dos manufaturados nos últimos anos. A contribuição do agronegócio teria sido muito diferente se tivessem sido aplicadas as políticas pregadas pelo PT até há poucos anos. Haveria muito menos comida na mesa dos brasileiros e muito menos dólares no saldo comercial.
Com o maior parque industrial da América Latina e um dos maiores do Hemisfério Sul, o Brasil tem no agronegócio o setor mais dinâmico de sua economia e o principal fator de segurança de suas contas externas. O vigor dessa atividade explica a liderança do Centro-Oeste no crescimento econômico nacional, com expansão de 5,9% nos 12 meses terminados em maio, de acordo com o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), calculado mensalmente. Mas convém examinar mais que um dado conjuntural para avaliar a importância dos negócios ligados à agropecuária, a principal fonte de prosperidade em amplas áreas do Brasil.
O amplo conjunto formado pela agropecuária e pela agroindústria começou a destacar-se nos anos 80 - a década perdida. Dívida externa, inflação elevada e enormes desequilíbrios macroeconômicos tornaram aquele período um dos mais duros da história republicana. No meio da crise, no entanto, um setor manteve um notável padrão de crescimento e de transformação. A produção rural havia aumentado com regularidade, graças a alguns acertos e apesar de muitos erros cometidos pelo governo - os mais grotescos, sem dúvida, por meio do controle de preços no Plano Cruzado, em 1986-87.
A crise prolongada interrompeu os programas de investimento e de modernização da indústria iniciados na década anterior, mas a agropecuária venceu os obstáculos, impulsionada pelas oportunidades abertas no Cerrado, pela mudança tecnológica favorecida pelo trabalho da Embrapa e de outras instituições de pesquisa e pelo empenho de empreendedores dispostos a buscar mercados no exterior.
A transformação mais veloz foi a das produções destinadas à exportação, mas acabou contaminando os demais segmentos da agropecuária. Uma das consequências mais notáveis foi a alteração dos preços relativos, com o barateamento da comida. Já no começo dos anos 90 os técnicos responsáveis pelos principais índices de inflação mudaram a composição de seus cálculos, para reduzir o peso da alimentação no orçamento familiar.
A maior parte da agropecuária estava preparada para competir em todos os mercados e, portanto, para enfrentar a abertura da economia no começo dos anos 90. A lavoura mais abalada foi a do algodão, até porque o mercado nacional foi inundado por produto subsidiado. Mas o segmento se recuperou e as lavouras foram modernizadas.
Também a indústria se modernizou, com a adoção de novos processos produtivos, novas tecnologias e estratégias mais adequadas à competição global. Mas a produtividade geral do País continuou baixa. Completado o primeiro ciclo de reformas da era do real, no começo deste século, as inovações de grande alcance foram interrompidas. Milhões de consumidores entraram no mercado, mas pouco se fez para ampliar a capacidade de oferta da indústria, prejudicada por custos institucionais e outros fatores de ineficiência.
O agronegócio, também afetado pelas más condições da infraestrutura e por outras desvantagens brasileiras, continuou competitivo graças a novos investimentos e à eficiência acumulada num longo período. Neste ano, até julho, o valor exportado pelo setor, US$ 53,7 bilhões, foi 4,1% maior que o de um ano antes, enquanto a receita comercial da maior parte da indústria diminuiu. Nesse período, as vendas da agroindústria garantiram 41,1% do total faturado no comércio exterior. O saldo comercial do setor, US$ 44,5 bilhões, foi mais que o quádruplo do superávit geral da balança de mercadorias, US$ 9,9 bilhões.
O saldo comercial do agronegócio cresceu 574,1% entre 1992 e 2011 e continuou positivo mesmo entre 1995 e 2000, quando o conjunto do comércio foi deficitário. O total exportado aumentou 615,3% naquele período, mas com participação decrescente dos manufaturados nos últimos anos. A contribuição do agronegócio teria sido muito diferente se tivessem sido aplicadas as políticas pregadas pelo PT até há poucos anos. Haveria muito menos comida na mesa dos brasileiros e muito menos dólares no saldo comercial.
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