Crianças obesas têm risco até 40% maior de enfarte
Jornal da Tarde/SP
A obesidade infantil pode trazer mais riscos do que se supunha anteriormente. Uma revisão de estudos feita pela Universidade de Oxford concluiu que crianças obesas correm um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte ou outras doenças isquêmicas cardíacas, em comparação a crianças com índice de massa corpórea (IMC) normal.
A pesquisa teve como base 63 estudos anteriores que analisaram 49.220 crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos, moradores de países desenvolvidos.
Os resultados foram publicados na edição desta quarta-feira da revista científica British Medical Journal.
De acordo com o estudo, as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial e maior concentração de colesterol e de triglicérides no sangue.
Esses são alguns dos fatores responsáveis por elevar os riscos cardiovasculares nesse grupo, sempre em comparação ao grupo com peso normal.
As crianças com sobrepeso têm a pressão sistólica, em média, 4,54 mm Hg (milímetros de mercúrio) mais alta do que as mais magras.
Nas obesas, a pressão sistólica é 7,49 mm Hg mais elevada.
A pressão sistólica corresponde ao maior valor quando se afere a pressão arterial: o ideal é que ela seja de 120 mm Hg.
Quanto ao nível de colesterol no sangue, as obesas têm, em média, 0,15 mmol/l (milimol por litro) a mais que as magras.
Elas também têm um nível de triglicérides mais alto em 0,26 mmol/l, segundo a pesquisa.
Outro aspecto de risco observado foi em relação à massa ventricular esquerda (uma parte do coração), em média 19,12 gramas mais pesada em comparação às crianças que apresentavam peso normal.
Impacto
A maior prevalência de obesidade entre as crianças nos últimos anos tem chamado a atenção dos cardiologistas, de acordo com o médico João Vicente da Silveira, do Hospital São Luiz.
“Estamos observando que os jovens estão tendo doenças cardiovasculares cada dia mais cedo”, diz o cardiologista.
Ele acrescenta que os grandes vilões são comida em excesso e sedentarismo.
Enquanto os riscos cardiovasculares passam a ser mais significativos quando a pessoa entra na fase adulta, outros problemas ligados à obesidade podem se manifestar ainda na infância, de acordo com a endocrinologista Claudia Cozer, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Diabete
Claudia conta, por exemplo, que é cada vez mais comum crianças e adolescentes desenvolverem a diabete do tipo 2 e também níveis elevados de ácido úrico.
Claudia observa que o excesso de peso deve ser encarado com seriedade inclusive entre os mais novos.
“Não existe criança ‘fofinha’, mas criança que está fora da curva de crescimento. Se ela está acima do peso, já merece a atenção dos pais. Quanto mais precocemente tomarem as medidas de cuidado, melhor será”, analisa.
Segundo a especialista, o risco de uma criança obesa vir a ser um adulto obeso é de 80%, caso não haja uma intervenção. Claudia acrescenta que é mais fácil promover mudanças de hábitos em crianças de até 10 anos de idade.
Já na fase da adolescência, o desafio é maior e pede uma estratégia que envolva uma mudança de hábitos de toda a família.
Jornal da Tarde/SP
A obesidade infantil pode trazer mais riscos do que se supunha anteriormente. Uma revisão de estudos feita pela Universidade de Oxford concluiu que crianças obesas correm um risco de 30% a 40% maior de, no futuro, sofrerem enfarte ou outras doenças isquêmicas cardíacas, em comparação a crianças com índice de massa corpórea (IMC) normal.
A pesquisa teve como base 63 estudos anteriores que analisaram 49.220 crianças e adolescentes saudáveis de 5 a 15 anos, moradores de países desenvolvidos.
Os resultados foram publicados na edição desta quarta-feira da revista científica British Medical Journal.
De acordo com o estudo, as crianças obesas e com sobrepeso apresentam maior pressão arterial e maior concentração de colesterol e de triglicérides no sangue.
Esses são alguns dos fatores responsáveis por elevar os riscos cardiovasculares nesse grupo, sempre em comparação ao grupo com peso normal.
As crianças com sobrepeso têm a pressão sistólica, em média, 4,54 mm Hg (milímetros de mercúrio) mais alta do que as mais magras.
Nas obesas, a pressão sistólica é 7,49 mm Hg mais elevada.
A pressão sistólica corresponde ao maior valor quando se afere a pressão arterial: o ideal é que ela seja de 120 mm Hg.
Quanto ao nível de colesterol no sangue, as obesas têm, em média, 0,15 mmol/l (milimol por litro) a mais que as magras.
Elas também têm um nível de triglicérides mais alto em 0,26 mmol/l, segundo a pesquisa.
Outro aspecto de risco observado foi em relação à massa ventricular esquerda (uma parte do coração), em média 19,12 gramas mais pesada em comparação às crianças que apresentavam peso normal.
Impacto
A maior prevalência de obesidade entre as crianças nos últimos anos tem chamado a atenção dos cardiologistas, de acordo com o médico João Vicente da Silveira, do Hospital São Luiz.
“Estamos observando que os jovens estão tendo doenças cardiovasculares cada dia mais cedo”, diz o cardiologista.
Ele acrescenta que os grandes vilões são comida em excesso e sedentarismo.
Enquanto os riscos cardiovasculares passam a ser mais significativos quando a pessoa entra na fase adulta, outros problemas ligados à obesidade podem se manifestar ainda na infância, de acordo com a endocrinologista Claudia Cozer, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Diabete
Claudia conta, por exemplo, que é cada vez mais comum crianças e adolescentes desenvolverem a diabete do tipo 2 e também níveis elevados de ácido úrico.
Claudia observa que o excesso de peso deve ser encarado com seriedade inclusive entre os mais novos.
“Não existe criança ‘fofinha’, mas criança que está fora da curva de crescimento. Se ela está acima do peso, já merece a atenção dos pais. Quanto mais precocemente tomarem as medidas de cuidado, melhor será”, analisa.
Segundo a especialista, o risco de uma criança obesa vir a ser um adulto obeso é de 80%, caso não haja uma intervenção. Claudia acrescenta que é mais fácil promover mudanças de hábitos em crianças de até 10 anos de idade.
Já na fase da adolescência, o desafio é maior e pede uma estratégia que envolva uma mudança de hábitos de toda a família.
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