Jornal da Tarde/SP
Embora a chance de cura do câncer de mama chegue a 95% caso a detecção da doença seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê o tumor como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico da neoplasia é praticamente uma sentença de morte.
Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre a doença de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do País.
Foram entrevistadas mil mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema.
A amostra tem pessoas de todas as classes sociais. Palavras como medo, pavor, morte e desespero são as primeiras que vêm à mente da brasileira quando a doença é mencionada.
O pior de tudo é que o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido: metade das mulheres afirma que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.
Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia.
“Quando ela começar a se dar conta de que há muitas pessoas curadas, o medo vai diminuir.”
A pesquisa confirma a visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids.
Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos – a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor.
O médico Max Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), diz que essa reação ao câncer é generalizada.
“Essa palavra causa um pânico em todas as classes sociais e níveis culturais.”
Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica provar essa ideia.
“Uma queda brutal, e por longos períodos de tempo, da imunidade pode contribuir para que um câncer preexistente se estabeleça. Mas não que isso seja a causa do câncer”, diz Maira.
Segundo a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, o aspecto psicológico do câncer indica que a doença deve ser tratada não apenas pelo mastologista, mas sim por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas.
“A mulher tem de ser tratada como um todo.”
Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer.
Entre as mulheres ouvidas, 31% delas declararam que não poderiam vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu.
Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.
A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira.
“O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama”, analisa.
Embora a chance de cura do câncer de mama chegue a 95% caso a detecção da doença seja precoce, uma parcela das mulheres brasileiras ainda vê o tumor como incurável. Para 20% das mulheres, o diagnóstico da neoplasia é praticamente uma sentença de morte.
Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito feito a pedido do Instituto Avon pelo Data Popular, que colheu as percepções sobre a doença de 1.752 pessoas de 50 cidades das cinco regiões do País.
Foram entrevistadas mil mulheres saudáveis, 240 mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 400 homens, além de médicos, gestores de saúde e profissionais de ONGs ligadas ao tema.
A amostra tem pessoas de todas as classes sociais. Palavras como medo, pavor, morte e desespero são as primeiras que vêm à mente da brasileira quando a doença é mencionada.
O pior de tudo é que o medo surge como um obstáculo que afasta as mulheres do único exame que poderia garantir o diagnóstico precoce e um tratamento bem-sucedido: metade das mulheres afirma que é o medo de descobrir a doença que faz com que muitas evitem fazer a mamografia.
Para a mastologista Maira Caleffi, presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), inconscientemente, a mulher ainda associa o câncer à tragédia.
“Quando ela começar a se dar conta de que há muitas pessoas curadas, o medo vai diminuir.”
A pesquisa confirma a visão trágica: 60% das mulheres e 56% dos homens apontam o câncer como a pior doença que se pode ter, à frente de enfarte, derrame, depressão e aids.
Os motivos mencionados por mulheres e homens são os mesmos – a doença mataria rápido, não teria cura e causaria muita dor.
O médico Max Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), diz que essa reação ao câncer é generalizada.
“Essa palavra causa um pânico em todas as classes sociais e níveis culturais.”
Outro aspecto destacado pelo estudo é que, entre as mulheres que têm ou tiveram câncer de mama, 54% acreditam que sentimentos como tristeza, depressão e mágoa podem ter contribuído para o aparecimento da doença, apesar de nenhuma evidência científica provar essa ideia.
“Uma queda brutal, e por longos períodos de tempo, da imunidade pode contribuir para que um câncer preexistente se estabeleça. Mas não que isso seja a causa do câncer”, diz Maira.
Segundo a médica Rita Dardes, diretora médica do Instituto Avon, o aspecto psicológico do câncer indica que a doença deve ser tratada não apenas pelo mastologista, mas sim por uma equipe multidisciplinar envolvendo outras especialidades, como psicólogos e fisioterapeutas.
“A mulher tem de ser tratada como um todo.”
Mais um motivo que pode levar as mulheres a não se submeterem à mamografia, de acordo com o levantamento, é a crença de que são imunes ao câncer.
Entre as mulheres ouvidas, 31% delas declararam que não poderiam vir a ter a doença, já que nenhum parente a desenvolveu.
Na realidade, apenas de 5% a 10% dos casos estão relacionados à hereditariedade.
A pesquisa deve orientar a ação de ONGs, de acordo com Maira.
“O estudo é relevante para desenhar estratégias de atuação de uma organização como a Femama, que procura identificar os gargalos que fazem com que pacientes continuem morrendo de câncer de mama”, analisa.
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