Ministro Aldo Rebelo, veja a realidade e o tamanho do problema!!!
José Cruz (*)
É do leitor Carlos dos Santos o depoimento a seguir. Trata-se de um professor de educação física que enquadrou a proposta da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), de realizar provas de corrida e saltos nas escolas, à realidade de nossas escolas.
O depoimento vem de quem está intimamente vinculado ao problema – ou problemão… - e achei oportuno publicá-lo para demonstrar que não é exagerada a crítica que aqui se faz sobre a falência da prática da educação física no país e a falta de respeito à classe dos professores.
“Achei fraco demais. Tinha que ter mais provas e o salto em distância é o mais complicado de se fazer na escola. Não tem caixa de areia.Trabalho até onze esportes nas minhas aulas de Educação Física e para mim não tem esta de que não tem desporto escolar.O que não tem é apoio nenhum para isto a grande maioria enrola e ganha o mesmo que eu.
Sou obrigado a gastar entre 3 e 4 salários mínimos por ano com material. Como faço badminton, tênis de quadra e tênis de mesa isso encarece.
Como vim do atletismo, sendo atleta de fundo, maratonista (terceiro de Minas, em 1987), faço questão de ter atletismo em minhas aulas.
Todas as modalidades com material adaptado, como pneus de moto (barreiras e ritmo de corrida), bolas de meia com pano (lançamento de dardo) e com areia (arremesso de peso), câmaras de ar de carrinho de mão (lançamento de disco), corridas de velocidade e de revezamento.
Faço salto em altura de tècnicas antigas (tesoura e rolo ventral) que dá para cair de pé. Um colchão custaria uns R$15.000,00. Salto com vara nem pensar.
Outra é que não existe um programa pedagógico na Educação Física. Você sendo competente faz muita coisa, outro ficam só em um esporte (na maioria o futsal) e queimadas para os pequenos. Na mairia das escolas, incluindo as particulares são feitos apenas quatro esportes (futsal, voleibol, basquete e handebol), sendo cada um em um bimestre.
Nunca trabalhei assim. Faço um grande salada de dez esportes, incluído o xadrez. Competições escolares existem, mas o atletismo é o primeiro a ser cortado por depender de instalações da minha ex-universidade (UF Viçosa) para acontecer.
Minha segunda escola (se não tiver dois cargos fica pior a situação de salário) ganhou uma quadra do MEC e até nisto o MEC erra. A outra escola também ganhou, mas tem um tamanho padrão e não cabia lá. Deviam ter tamnhos A, B e C para caber nas mal feitas escolas do país.
E quadra poliesportiva para eles só tem quatro esportes já citados. Vou ter que encaixar meu badminton no projeto e vão alegar que “não está no projeto”. Já ouvi isto quando propus um almoxarifado maior para guardar meu material alternativo. Eu mesmo pintarei a quadra de badminton; cabem três delas. Só quero que deixem colocar os encaixes dos postes ao concretá-la.”
(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.
José Cruz (*)
É do leitor Carlos dos Santos o depoimento a seguir. Trata-se de um professor de educação física que enquadrou a proposta da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), de realizar provas de corrida e saltos nas escolas, à realidade de nossas escolas.
O depoimento vem de quem está intimamente vinculado ao problema – ou problemão… - e achei oportuno publicá-lo para demonstrar que não é exagerada a crítica que aqui se faz sobre a falência da prática da educação física no país e a falta de respeito à classe dos professores.
“Achei fraco demais. Tinha que ter mais provas e o salto em distância é o mais complicado de se fazer na escola. Não tem caixa de areia.Trabalho até onze esportes nas minhas aulas de Educação Física e para mim não tem esta de que não tem desporto escolar.O que não tem é apoio nenhum para isto a grande maioria enrola e ganha o mesmo que eu.
Sou obrigado a gastar entre 3 e 4 salários mínimos por ano com material. Como faço badminton, tênis de quadra e tênis de mesa isso encarece.
Como vim do atletismo, sendo atleta de fundo, maratonista (terceiro de Minas, em 1987), faço questão de ter atletismo em minhas aulas.
Todas as modalidades com material adaptado, como pneus de moto (barreiras e ritmo de corrida), bolas de meia com pano (lançamento de dardo) e com areia (arremesso de peso), câmaras de ar de carrinho de mão (lançamento de disco), corridas de velocidade e de revezamento.
Faço salto em altura de tècnicas antigas (tesoura e rolo ventral) que dá para cair de pé. Um colchão custaria uns R$15.000,00. Salto com vara nem pensar.
Outra é que não existe um programa pedagógico na Educação Física. Você sendo competente faz muita coisa, outro ficam só em um esporte (na maioria o futsal) e queimadas para os pequenos. Na mairia das escolas, incluindo as particulares são feitos apenas quatro esportes (futsal, voleibol, basquete e handebol), sendo cada um em um bimestre.
Nunca trabalhei assim. Faço um grande salada de dez esportes, incluído o xadrez. Competições escolares existem, mas o atletismo é o primeiro a ser cortado por depender de instalações da minha ex-universidade (UF Viçosa) para acontecer.
Minha segunda escola (se não tiver dois cargos fica pior a situação de salário) ganhou uma quadra do MEC e até nisto o MEC erra. A outra escola também ganhou, mas tem um tamanho padrão e não cabia lá. Deviam ter tamnhos A, B e C para caber nas mal feitas escolas do país.
E quadra poliesportiva para eles só tem quatro esportes já citados. Vou ter que encaixar meu badminton no projeto e vão alegar que “não está no projeto”. Já ouvi isto quando propus um almoxarifado maior para guardar meu material alternativo. Eu mesmo pintarei a quadra de badminton; cabem três delas. Só quero que deixem colocar os encaixes dos postes ao concretá-la.”
(*) Jornalista e que cobre as áreas de política, economia e legislação do esporte. Participou da cobertura de eventos esportivos internacionais nos últimos 20 anos.
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