quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tem que cumprir

Ex-jogador Edmundo é preso em um flat na zona sul de São Paulo

Estadão

O ex-jogador e comentarista esportivo Edmundo Alves de Souza Neto, de 40 anos, foi preso, no início da madrugada desta quinta-feira, 16, em um flat na cidade de São Paulo por agentes da 3ª Delegacia Seccional Oeste da Capital, localizada junto ao 14º Distrito Policial, de Pinheiros.

A informação inicial foi dada pelo delegado seccional Dejair Rodrigues. "Vamos entrar em contato agora com o Cepol (Centro de Operações da Polícia Civil) para que nas próximas horas possamos saber se é a Polícia Civil de São Paulo que irá encaminhá-lo para o Rio ou se a Polícia Civil de lá fará a remoção", diz o delegado.

Segundo o delegado Eduardo Castanheira, titular do Setor de Investigações Gerais (SIG) Oeste, a polícia recebeu uma denúncia anônima, por volta das 23 horas de quarta-feira, de que o ex-jogador estava em um flat na Rua Amauri, no Itaim Bibi, na zona sul.

"Chegamos no local, o porteiro nos confirmou que ele [Edmundo] estava mesmo no apartamento 402 e nos deixou entrar. Batemos na porta e o próprio Edmundo nos atendeu. Parecia que ele tinha acabado de acordar. Estava meio dormindo ainda e não resistiu à prisão. Esperamos, então, ele tomar banho. Ele ligou para o advogado e depois o trouxemos para cá", disse Castanheira.

O ex-jogador foi condenado em 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pelos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais de outras três em um acidente de carro na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995, depois de sair de uma boate na Lagoa, bairro da zona sul carioca.

Nota do Blog: Lamentável como a nossa justiça é tão morosa. Depois de 12 anos de sua condenação talvez ele inicie o cumprimento de sua pena. Certamente o amadurecimento natural da vida deve tê-lo feito outra pessoa, mais consciente e mais responsável. Mas, isso não apaga o que ele cometeu. Afinal foram 3 jovens mortos por sua imprudência e irresponsabilidade ao dirigir um veículo. Os pais, parentes desses jovens e a sociedade esperam que a justiça seja cumprida, seja ela contra quem fôr. O problema, tal qual do jornalista Pimenta Neves, é a morosidade e as brechas que a nossa lei penal propicia para que as pessoas condenadas não cumpram e passem tantos anos empurrando com a barriga. Talvez hoje o Edmundo esteja mais consciente dos seus atos e reponsabilidades mas no seu passado existe uma pendência com a justiça e que entende-se deve ser cumprida. Vamos ver se isso ocorre. Certamente haverá habeas-corpus, novas apelações até que o ocorrido fique prescrito. Essas são as leis do nosso País e os nossos distintos políticos em Brasília pouco se lixando para isso. 

NOTA EXTRA - Conforme toda mídia já informou o ex-jogador foi solto através de um habeas-corpus. Ponto final. E ainda queremos ser um País sério. 

Um comentário:

  1. Papai Noel17/6/11 02:47

    Antenor/ lhe garanto que está difícil de ser brasileiro. Está difícil. Difícil se declarar brasileiro. Diariamente nos deparamos com motivos mais do que suficientes para isso. Nosso País lamentavelmente está cheirando mal, nossa raiz está podre. Às vezes me bate uma sensação forte de que já morri e fui para o inferno.
    Dois ou três dias atrás os jornais estamparam noticia de que o assassino de nome Edmundo, ex-jogador de futebol e eternamente marginal, estava sendo procurado para cumprir os ridículos 4 ou 5 anos de prisão por haver assassinado três pessoas na saida de uma boate no Rio de Janeiro. Foi aquele caso em que o homicida saiu dirigindo embriagado e causou essa tragédia. Isso aconteceu há muitos anos e desde então o meliante permanece solto, no gozo das benesses de ex-ídolo de alguns e, provavelmente, rico em decorrencia da atividade que o levou à fama. Os advogados do facínora imediatamente apareceram para declarar que o crime estava prescrito e, portanto, a prisão não mais se justificava. A pena era descabida. Em palavras mais simples, isso quer dizer apenas que, por conta do passar do tempo, o autor do crime não estava mais sujeito à pena que, aliás, nunca cumpriu.
    O instituto da prescrição, ao contrário do que se possa pensar, é útil e necessário à sociedade. Ele garante a ordem social pois estabelece prazos para que os que tiveram seus direitos desrespeitados possam reivindicar. Assim se evita, por exemplo, que uma propriedade imóvel seja questionada um século depois de adquirida. Contudo, a prescrição civilizada funciona de maneira eficáz: o titular do direito tem um prazo para ingressar em juizo e reivindicar. Se não o fizer nesse tempo, perde o direito. No entanto, a partir do momento em que o interessado procurou a justiça, ingressou com a ação, o adversário foi devidamente citado e a ação começou, a prescrição é interrompida, não corre mais. Isso é assim no direito civil, no direito trabalhista. Já no direito penal, pura e simplesmente a prescrição começa a correr da data do conhecimento do crime e NUNCA é interrompida. Graças a isso e a todos os recursos indecorosos de que a legislação brasileira dispõe se chega a uma situação como essa: o homicida Edmundo contrata advogados espertos que, por meios lícitos mas indecentes (os recursos) vai levando o processo judicial até que se complete o prazo da prescrição. Uma vez atingida a prescrição, ele é solto e sai livre como um pássaro, sorrindo como as fotos nos jornais demonstraram .
    Como devem estar se sentindo os parentes das vítimas? Como podem estar se sentindo as raras exceções honestas que habitam o Brasil? Certamente, os parentes das vítimas desse personagem devem se sentir como os pais da jornalista assassinada por um ex-colega igualmente asqueroso que somente há poucas semanas foi levado à prisão. E para cumprir um prazo curto de pena, se é que seus advogados não vão conseguir fazer prevalecer o argumento da prescrição, que também já alegaram.
    Pois é, Antenor, estamos cheirando mal em todos os segmentos e ninguém, absolutamente ninguém levanta a voz para dar um basta. Sinal que o cheiro não os incomoda. E dessa forma, os incomodados que se mudem.

    Papai Noel

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