Do Blog Sanatório de Notícias
O Brasil de hoje assiste apenas a uma versão desfalcada do longa-metragem de Sidney Lumet "12 Homens e uma Sentença".
Hoje, somos 190 milhões de embasbacados, diante das corriqueiras e repetitivas exibições do drama "11 Ministros e uma Sentença" que não sai de cartaz nas telas da TV Justiça - mantida pelas frouxas burras públicas.
No filme de Lumet, 12 jurados têm a incumbência de decidir se um homem é culpado ou não de um assassinato. A pena é de morte. Onze deles têm certeza de que ele é culpado. Apenas um naquele grupo não acredita em sua inocência, mas ao mesmo tempo também não o considera definitivamente culpado.
Determinado a analisar novamente todos os pontos do processo, o jurado indeciso não enfrenta somente as dificuldades de interpretação dos fatos para chegar à inocência do réu, mas também dá de cara com a má vontade e os rancores dos outros jurados, loucos para sair dali e voltarem as suas casas.
No drama brasileiro, o Supremo Tribunal Federal reúne 11 ministros escolhidos a dedo pelo presidente da República - com as bençãos do Parlamento - que têm o poder de decidir o que é bom ou não pra tosse de uma nação.
Na cópia nacional, os atores não têm pressa nenhuma. As interpretações exaustivas e prolixas, se arrastam que nem cobra pelo chão. Quem não entrar calçando botas no serpentário está condenado a ser vitima de uma picadura.
Seja qual for o final enjambrado pelos 11 juízes - um reles The End, ou um pomposo Happy End - 190 milhões de brasileiros não podem discuti-lo; têm que cumpri-lo. Sem qualquer sombra de dúvida, um melancólico e humilhante Unhappy Ending. É uma nação sob o jugo de 11 notáveis detentores de saber jurídico nem tão irretocável assim.
Mas, ao fim e ao cabo, no círculo de poder das elites é a isso que se chama de vitória esmagadora da impoluta minoria sobre a mais absoluta maioria.
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