Defensoria irá pedir inclusão de ambientalistas em programa de proteção no Pará
Após entrevistar nesta terça-feira (21) os extrativistas retirados no final de semana sob escolta de um assentamento em Nova Ipixuna (PA), a Defensoria Pública do Pará decidiu que irá pedir, nos próximos 15 dias, a inclusão definitiva das nove pessoas no Programa Estadual de Proteção a Defensores dos Direitos Humanos do Estado.
Segundo Márcio da Silva Cruz, coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, será feito um relatório explicando os riscos a que os agricultores estão submetidos.
Iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos, vinculada à Presidência da República, o programa de proteção é gerenciado por coordenações estaduais.
Caso o pedido da Defensoria seja aceito, os assentados podem ser inclusos em um dos três níveis de segurança: branda (escolta, monitoramento de telefonemas, colete à prova de bala), dura (escolta, veículo blindado, proteção aos familiares) e estrutural (combate aos responsáveis pela ameaça).
Segundo o defensor que entrevistou os agricultores, o grupo de nove pessoas que foi retirado no sábado (18) do assentamento Praialta/Piranheira, em Nova Ipixuna, era composto pelas duas últimas famílias na região. Como explica Cruz, eles relataram que homens estranhos eram vistos circulando perto de suas casas. “Os cachorros não paravam de latir. E, quando as pessoas acordavam, percebiam que o mato estava batido e cheio de pegadas”, disse.
O defensor contou que, atualmente, os extrativistas, que também são ambientalistas locais, estão em Marabá, em “local seguro”, e sob escolta armada de 12 homens da Força Nacional. “Eles não querem mais voltar para Nova Ipixuna.”
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