O megaempresário rural, Eraí Maggi Scheffer, perdeu o título de “Rei da Soja” para os argentinos, mas se mantém entre os maiores produtores nacionais, ocupando a segunda posição no ranking.
Na safra 10/11, o Grupo Bom Futuro, comandado por Eraí e administrado pelos irmãos Elusmar e Fernando e pelo cunhado José Maria Bortoli, seus sócios, plantou mais de 178 mil hectares de soja.
Com média de produtividade de 54 sacas por hectare, o grupo atingiu uma produção de aproximadamente 576 mil toneladas do grão, contra 680 mil toneladas do grupo argentino “El Tejar”.
Eraí iniciou o trabalho na lavoura em uma propriedade de 65 hectares em São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná. Nascido em Torres (RS), o gaúcho se mudou com a família para o Estado aos seis anos. Em 1969, a família começou a mecanizar a produção com o auxílio de um trator financiado. Em 1976, com a morte do pai, Eraí assumiu os negócios da família. Três anos depois, começou a arrendar propriedades, em Mato Grosso, onde a terra era barata. Em 1982, ele vendeu a propriedade no Paraná e comprou terras no norte do Mato Grosso. “Depois deu certo, a tecnologia foi chegando, os financiamentos para máquinas ficaram mais fáceis e a terra valorizou muito”, conta.
Com o auxílio de um avião próprio, Eraí acompanhava o que acontecia nos terrenos próximos e verificava possíveis novas terras para investimento. “Não é toda crise que acaba com o negócio. Você tem que fazer uma análise para saber o que vem pela frente. Às vezes, a crise é uma oportunidade para começar algo diferente”, aconselha.
Em 1993, comprou a Fazenda Bom Futuro, no cerrado mato-grossense. “Mato Grosso aconteceu muito rápido e nós estávamos dentro dele”, comenta. A Fazenda Fartura, localizada em Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá), possui uma sementeira com capacidade de produzir 800 mil sacas de semente de soja por ano. Atualmente, o Grupo Bom Futuro possui 26 aglomerados de fazendas em Mato Grosso. Além da soja, a empresa plantou 109 mil hectares de algodão, 44 mil hectares de milho e aproximadamente 2 mil hectares de feijão, 2 mil hectares de arroz e 7 mil hectares de sorgo na safra 10/11.
No total, o grupo possui 57 mil cabeças de gado. “Tem um grupo por traz do crescimento, família, técnicos e amigos”, enfatiza Eraí.
O número de funcionários não pára de crescer e atualmente 5 mil trabalham para o grupo. Eraí alega que não teve tempo de avaliar qual o momento mais marcante da vida. “O mais marcante agora é ver que os filhos dos funcionários vêm trabalhar comigo, é conseguir dar emprego para eles”, diz emocionado.
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