Os passaportes diplomáticos da família Lula viraram atestados de vigarice
Augusto Nunes (*)
No último dia do governo Lula, atendendo a um pedido do pai dedicado e avô extremoso, o chanceler Celso Amorim presenteou com passaportes diplomáticos quatro filhos e três netos de Lula. Para justificar o ato ilícito, o doutor em sabujice invocou uma norma que permite ao ministro das Relações Exteriores premiar com o documento “pessoas que devam portá-lo em função do interesse do país”.
Como os interesses do país tem tanto a ver com os interesses da família Lula quanto a torcida do Flamengo com a seleção de hóquei sobre a grama do Paquistão, o Ministério Público Federal solicitou ao Itamaraty o resgate dos passaportes expedidos ilegalmente. Nesta semana, o chanceler Antonio Patriota caleu-se de uma nota oficial sem identificação do signatário para recusar o pedido.
Tangido pelo medo de irritar os antigos chefes, Patriota preferiu tornar-se cúmplice de uma brasileirice que é ilegal, imoral e engorda a conta bancária dos portadores. O país que presta aguarda a tréplica do Ministério Público Federal. E espera que os encarregados de promover justiça não percam a chance de ensinar a Lula, Amorim, Patriota, parentes e amigos que ninguém está acima da lei.
Basta substituir o pedido pela exigência sem rodeios, fixar uma data para a devolução dos documentos e, vencido o prazo, ordenar às autoridades alfandegárias o confisco da esperteza burocrática assim que o portador tentar o carteiraço. Os filhos e netos de Lula já não carregam passaportes diplomáticos. Guardam no bolso um atestado de vigarice. Tem tanta consistência legal e moral quanto as condecorações de Erenice Guerra e José Genoíno.
(*) Jornalista e Ex-Diretor do Jornal do Brasil, do Jornal Gazeta Mercantil e Revista Forbes. Atualmente na Revista Veja.
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