Após o acidente de Fukushima, a energia nuclear vai se tornar economicamente inviável e a demanda por petróleo vai retomar evidência, segundo o maior investidor no setor petrolífero brasileiro, o empresário Eike Batista, que lançou nesta terça-feira a BRIX, uma bolsa para a negociação de energia elétrica no mercado livre.
"Após o acidente no Japão, o petróleo vai voltar com tudo. Uma coisa é o cisne negro. Lá foram quatro cisnes negros com consequências mortais, insolúveis. Se os alemães, que são muito técnicos, estão saindo do setor nuclear, para mim, é um sinal. Tentar dominar algo indominável é insolúvel", afirmou o homem mais rico do Brasil.
De acordo com o empresário, um processo de sequestro de CO2 a ser aplicado em usinas termelétricas vai ser a solução para as emissões de carbono na atmosfera. "Vamos ter uma espécie de catalisador para sequestrar o carbono e até gerar biomassa. Há 20 anos, não tínhamos catalisadores nos veículos. O CO2 emitido é alimento para uma cadeia de fotossíntese e isso vai acontecer", afirmou.
Para Eike, as matrizes energéticas de países emissores como Estados Unidos e China não sofrerão modificação. "Eles têm reserva para 300 anos. Pensar que vão modificar essa matriz é ilusório. Estou confiante de que vamos conseguir achar essa solução orgânica", afirmou.
As regulamentações após o acidente japonês vão ser tão rigorosas que tornarão as usinas nucleares financeiramente inviáveis, segundo o empresário. "Vão ter que mandar construir sarcófagos para fechar as usinas em caso de acidente. A conta vai ficar impagável. Algo que você não controla é algo que a sociedade não pode conseguir conviver", opinou.
Eike também demonstrou preocupação com as usinas brasileiras Angra 1, 2 e 3, a última ainda em construção. "Graças a Deus, o Brasil não tem nem tsunami nem terremoto. Mas tem deslizamentos. O Rio de Janeiro está a 150 km das usinas. Já imaginou evacuar o Rio de Janeiro? Eu não quero sair daqui. Já investi muito dinheiro no Rio", brincou.
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