Edilberto Sena (*)
Cresce no Brasil o confronto entre a imposição do sistema capitalista devorador de matérias primas e recursos naturais e os que lutam por bem viver e liberdade. Os sinais desse confronto vão se multiplicando dia a dia. São ações do Movimento dos Sem Terra; as lutas dos indígenas e quilombolas por seus direitos constitucionais, constantemente violados; luta das mulheres por dignidade; dos Sem Teto, por moradia, etc.
Na Amazônia, também lutam os vários movimentos sociais contra as barragens, no rio Madeira, no rio Teles pires, no rio Xingu e no rio Tapajós. O que ocorreu recentemente nas obras de Jirau e Santo Antônio, em Porto Velho foram lutas de indignação e revolta pelo trabalho escravo das empreiteiras. Não foi organizado, nem estavam todos unidos, mas deu o sinal de que o confronto entre as duas forças está aumentando. Aqui mais próximo no Oeste do Pará as lutas têm sido por assentamentos agrários, contra as madeireiras ilegais e mineradoras multinacionais.
Ainda são pequenas lutas, mas as organizações sociais percebem que está na hora de unirem forças porque o inimigo é forte e tem aliados subservientes nas três esferas do Estado brasileiro. Daí que tem surgido alianças dos movimentos sociais, como Xingu Vivo, Tapajós Vivo, entre outras alianças.
Nestes dias passados ocorreu mais um encontro em Santarém, de várias organiações que lutam por vida e dignidade. É mais um passo no esforço de ampliar as alianças populares para enfrentar a sanha dos que querem lucro a qualquer custo para os outros. Foi mais uma iniciativa positiva que vai se repetindo em busca de estratégias eficientes e produtivas na defesa da vida.
Antigos lemas voltam a ser lembrados e podem ser revitalizados, como – “ Povo unido jamais será vencido” e, “ se a união faz a força, o povo vai construir”. Se muitos acham que não adianta enfrentrar porque o sistema tem mais força do dinheiro edas armas de repressão, mas a história revela que ontra a força da união não há força de canhão que destrua. Os exempos recentes da Tunísia, Egito e Líbia estão aí para estimular os movimentos sociais. Isolados é que nãochegarão alugar nenhum.
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural em Santarém (PA)
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