sábado, 16 de abril de 2011

Edifício em Belém - Falha na construção

Laudo mostra que queda de edifício no Pará foi causada por falhas na construção

Folha de São Paulo

O governo do Pará divulgou nesta sexta-feira (15) o parecer sobre a queda do edifício Real Class, de 34 andares, que estava em construção e desabou em Belém no dia 29 de janeiro deste ano. Falhas como o uso de estribos de atracação dos vergalhões menores do que o recomendado causaram o rompimento de dois pilares do térreo.
O relatório produzido por seis peritos do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves foi entregue ao delegado Rogério Moraes, que preside o inquérito aberto para investigar a causa do desabamento do prédio.

O delegado disse que ainda analisará os dados, mas já decidiu intimar o calculista responsável pelo projeto de estrutura do prédio, Raimundo Lobato, uma segunda vez. A previsão é que isso ocorra na próxima semana.
Segundo o delegado, o inquérito deverá ser concluído até o final do mês. Ele não antecipou se o parecer do CPC fará com que Lobato seja indiciado pelo acidente que acabou provocando a morte de dois operários da construção civil e uma vizinha do prédio.

O diretor geral do CPC, Orlando Salgado, também preferiu não fazer referências a responsáveis. Ele disse que o parecer se restringiu a apontar o resultado de análises feitas no material da construção e nos projetos técnicos.
Salgado disse que o desabamento teve diversas causas, entre elas falhas na concepção do projeto para um prédio de 34 andares –se optou por pórticos simples para cada pavimento, quando o certo seria os pórticos múltiplos– e erro de dimensionamento.

Dois pilares, explicou, foram construídos utilizando estribos (peças para atracação de vergalhões) com medidas erradas. Embora seja norma utilizar material com, no mínimo, 5 milímetros de diâmetro, se optou por 4,2 milímetros.
Os estribos não suportaram a pressão dos vergalhões e se romperam, resultando no rompimento de dois pilares do térreo.

Conforme o CPC, os problemas causados pelos erros de cálculo poderiam ter sido contornados se a construtora tivesse submetido o projeto estrutural a uma segunda opinião técnica. Essa é uma norma nacional, mas não foi cumprida.
Problemas na fundação ou provocados pelo vento foram descartados pelos peritos.

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