Transplante: captação ágil explica alto nº de doações em SP
Terra
Índice de doadores de órgãos em São Paulo é semelhante ao de países europeus e dos Estados Unidos. Em 2010, o número já supera o total registrado ao longo de 2009, segundo balanço da Secretaria de Estado da Saúde. De acordo com o levantamento, São Paulo atingiu o índice de 22,5 doadores de órgãos por 1 milhão de pessoas, proporção semelhante à europeia (entre 20 e 30 doadores por milhão de habitantes).
De janeiro a 10 de novembro, foram registrados em São Paulo 760 doadores de órgãos, contra 705 no mesmo período do ano passado, um aumento de 25% no número de doadores.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Estado é responsável por 50% dos procedimentos realizados no País. Embora a espera nas filas por um órgão ainda possa ser longa e dolorosa para muitos, os dados podem ser considerados um sucesso, e não vem do acaso. Segundo o coordenador da Central de Transplantes (CT), Luiz Augusto Pereira, estes "resultados são frutos de medidas que estão sendo tomadas desde 1997, quando foi criada a organização de procura de órgãos". Uma das estratégias adotadas para alavancar o número de transplantes foi o treinamento dos profissionais de saúde na agilidade para identificar possíveis doadores.
Segundo o editor do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) e conselheiro da ABTO, Valter Duro Garcia, quando um paciente sofre morte cerebral, ele precisa passar por um diagnóstico clínico e pelo exame eletroencefalograma, realizado por um neurologista. Depois, é pedida a autorização da família e, caso ela seja dada, feita a notificação de que existe um possível doador. O paciente ainda passa por uma série de exames para identificar possíveis problemas no órgão que será doado e, só depois dos resultados, o transplante acontece.
Em 2006, o governo do Estado convidou cerca de 40 alunos de Medicina para passar quatro dias em um hotel em um curso intensivo preparatório para a identificação da morte cerebral e procedimento de transplantes. "Formamos mais de 700 pessoas ligadas à saúde para exercer esta atividade, começamos a descentralizar o procedimento, em vez de ficar concentrado na CT, colocamos estes profissionais dentro de hospitais para agilizar o processo". No curso, segundo Pereira, foi ensinado como proceder diante da morte cerebral, falar com a família do paciente, realizar os exames clínicos e fazer a notificação ao CT.
Em 2008, de acordo com o coordenador, mais 60 profissionais foram selecionados para fazer o treinamento. Depois, a equipe foi distribuída em diversas regiões do Estado e encarregada de identificar possíveis doadores em 30 hospitais. "Estas pessoas são remuneradas somente para fazer isso e, quando encontram alguém com morte cerebral, além de notificarem a CT, acompanham todo o processo de exames, conversa com a família e transporte dos órgãos", explicou Pereira.
Para Garcia, em outros Estados existem médicos com esta função, mas, na maioria das vezes, não são remunerados pela atribuição. "O processo envolve uma dezena de médicos e deveria demorar 12 horas, mas tem durado entre 18 e 24 horas", afirmou. O coordenador de transplante permanece todo o tempo trabalhando até que o órgão seja enviado ao paciente da lista de espera, ou seja, pode ficar até 24 horas seguidas trabalhando.
Nota do Blog: Seja um doador. Ajude a salvar alguém. Importante será sempre sua alma e não o que os bichos irão comer ou o fogo consumir. Doe seus orgãos. O blogueiro é doador e portanto ao saberem da minha morte por favor procurem se informar se os orgãos foram doados, mesmo que para estudo de Faculdades de Medicina.
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