Padre Edilberto Sena (*)
Até que ponto chega à falta de seriedade do governo do Estado do Pará. Assim começa uma notícia reveladora: “Escolas Estaduais com recuperação de emergência estarão recebendo visita de fiscalização de engenheiros e técnicos construtores”. O que há de estranho na afirmação? É que se passaram vários anos com essas escolas funcionando precariamente e apesar das denúncias nunca vinha equipe de peritos examinar.
Até que no início deste ano, o corpo de bombeiros foi chamado e alertou que essas seis escolas poderiam cair sobre as crianças a qualquer momento e por isso estas foram enviadas para outras escolas já lotadas. Depois de várias denúncias a Secretaria Estadual de Educação decide recuperar emergencialmente as seis escolas. Já no mês passado foram iniciados os trabalhos.
Agora chega a notícia de que os engenheiros e técnicos de várias firmas construtoras “vão visitar as escolas que já estão recebendo obras emergenciais, atendendo solicitação do Ministério Público Estadual”. Como é mesmo? Uma pessoa da Quinta Unidade Regional de Ensino explica que “a visita tem por finalidade iniciar o processo de reforma geral desses estabelecimentos”. Ela se refere a quatro escolas, que recebem hoje obras emergenciais, e cada uma das empresas que vão fazer a fiscalização hoje, apresentará uma proposta a Seduc”.
Quer dizer então, que o governo do Estado vai gastar dois orçamentos em cada escola hoje em recuperação. O que será então a obra de emergência? Algumas vigas escorando os telhados e as paredes? Os pais dos alunos das quatro escolas em emergência precisam acompanhar os trabalhos e exigir laudo do corpo de bombeiros antes de trazerem suas crianças de volta para evitar que a emergência se torne tragédia.
Também o MPE deve fiscalizar. Que tipo de obra está sendo feita? Quanto vai custar cada recuperação emergencial? Além disso, se firmas construtoras vão apresentar propostas de nova recuperação por para que o Estado vai gastar dois orçamentos, quando deveria fazer uma obra só definitiva? E como as propostas vão entrar em licitação? não pode ser neste ano em fim de mandato do atual governo.
Então quando será feita a recuperação definitiva das escolas? Algo soa muito estranho nessa notícia de recuperação emergencial de quatro escolas estaduais em Santarém. Estranha notícia, ou estanho todo o processo? Quem poderia clarear a verdade verdadeira, essa repetição parece esdrúxula, mas é necessária dada a conjuntura...
(*) Sacerdote e Diretor da Rádio Rural de Santarém
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